É inaceitável que a Câmara dos Deputados deixe por isso mesmo o que ocorreu na noite de quarta-feira (20), durante a sessão de promulgação da reforma tributária. O deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ) agrediu o colega bolsonarista Messias Donato (Republicanos-ES). Um vídeo compartilhado por bolsonaristas nas redes sociais mostra que Quaquá, vice-presidente nacional do PT, dá um tapa no rosto de Donato.
Com o presidente Lula no plenário, deputados da base e da oposição promoveram uma batalha de gritos. De um lado, bolsonaristas xingavam Lula. Do outro, os governistas reagiam.
Quaquá se aproximou de Donato e disse que iria representar contra ele no Conselho de Ética. O parlamentar do Republicanos diz alguma coisa inaudível no vídeo e Quaquá chama o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) de "viadinho". Donato segura o braço do petista, que filmava a cena com o celular, e Quaquá desfere um tapa no rosto dele.
Em nota, Quaquá disse que a "reação foi desencadeada por uma agressão anterior":
"O deputado proferia ofensas contra o presidente da República quando liguei a câmera do celular com a intenção de produzir prova para um processo. Fui então empurrado, e tive o braço segurado para evitar a filmagem. Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita, e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou", disse Quaquá.
A turma do deixa disso entrou em ação e apartou a briga (assista ao vídeo).
Mais tarde, na tribuna, Donato chorou e disse que foi humilhado por Quaquá quando tentou impedi-lo de continuar filmando. Essa versão foi publicada no Instagram e Quaquá entrou no perfil para debochar nos comentários:
"Bolsonarista e fascista chorão! Adora xingar e agredir os outros. Mas não aguenta uma porrada!".
As câmeras de segurança e outros vídeos podem ajudar a esclarecer o que ocorreu desde o início, mas é inequívoco que Quaquá deu o tapa no rosto de Donato.
Se ficar comprovado que os dois quebraram o decoro, que os dois sejam punidos.