O deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ) desferiu um tapa no também deputado Messias Donato (Republicanos-ES) durante a sessão solene de promulgação da reforma tributária nesta quarta-feira (20). A cerimônia contou com a presença de deputados, senadores e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Donato afirmou que registrará boletim de ocorrência. As informações são do Estadão e do g1.
O entrevero se iniciou porque parlamentares favoráveis ao governo entoavam o nome de Lula, enquanto oposicionistas gritavam frases contrárias ao mandatário. Quaquá foi tirar satisfação com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que gritavam "Lula/ladrão/seu lugar é na prisão".
Filmando o plenário, ele proferiu uma ofensa homofóbica contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e afirmou que faria uma representação contra o parlamentar. Donato, que tentou repelir a ação, pegou no braço de Quaquá, que respondeu a ação com um tapa no rosto do deputado (veja o vídeo).
— Agressão aqui, pô. Que isso, você deu um tapa na cara — disse Ferreira.
— (Donato) me agrediu e dei um na cara dele. Eles estavam xingando Lula. Esse deputado segurou minha mão e me empurrou. Tomou um tapa na cara. Se me empurrar, dou de novo. A esquerda é muito passiva com a violência da direita. Comigo bateu, levou — disse Quaquá.
Quaquá é um dos vice-presidentes do PT. Ele tinha uma certa proximidade com a oposição. No início do ano, por exemplo, ele publicou uma foto ao lado de Eduardo Pazuello (PL-RJ), que foi ministro da Saúde no governo Bolsonaro.
Repercussão
Quaquá, por meio de sua assessoria, emitiu uma nota afirmando que apenas reagiu às ofensas que estavam sendo proferidas ao presidente da República.
"Em relação ao incidente ocorrido, esclareço que minha reação foi desencadeada por uma agressão anterior. O deputado proferia ofensas contra o presidente da República quando liguei a câmera do celular com a intenção de produzir prova para um processo. Fui então empurrado, e tive o braço segurado para evitar a filmagem. Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita, e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou", diz a nota.
O deputado Hugo Motta (PB), líder do Republicanos, também emitiu uma nota sobre o caso. Ele lamentou a agressão ocorrida no plenário e prestou solidariedade ao colega Messias Donato.
"Ao deputado Messias Donato, expressamos nossa solidariedade diante da agressão e do constrangimento sofridos. Ao mesmo tempo, exortamos a Câmara dos Deputados a adotar as medidas necessárias para apuração de responsabilidades", escreveu o líder no texto.