A quebra dos sigilos bancário e telefônico do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foi autorizada nesta quarta-feira (20). O pedido partiu da Polícia Federal (PF), que realiza a Operação Sétimo Mandamento para investigar desvio de recursos da assistência social no Estado. A decisão que autorizou a quebra dos sigilos é do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raul Araújo. As informações são do portal g1.
Castro não é alvo de buscas nesta quarta, mas está sendo investigado. Na casa de Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador, a PF apreendeu R$ 128 mil e US$ 7,5 mil em dinheiro. Além disso, diversas anotações e planilhas contendo nomes e valores foram recolhidas.
O ministro do STJ emitiu sete ordens de quebra de sigilo bancário e fiscal, além de seis ordens quebras de sigilo telemático (de troca de mensagens). O governo confirmou a execução das medidas cautelares.
Operação
A Operação Sétimo Mandamento investiga fraudes em licitações e contratos administrativos de assistência social. A PF afirma que, além de desviar recursos públicos, os investigados teriam direcionado serviços indevidamente a redutos eleitorais do grupo político do governador.
A PF investiga desvios na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020 — período em que Cláudio Castro foi vereador e vice-governador.
Detalhes do inquérito são mantidos em sigilo. Os crimes investigados são organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro.
Contraponto
“A operação deflagrada nesta quarta-feira não traz nenhum novo elemento à investigação que já transcorre desde 2019. Só o fato de haver medidas cautelares, quatro anos depois, reforça o que o governador Cláudio Castro vem dizendo há anos, ou seja, que não há nada contra ele, nenhuma prova, e que tudo se resume a uma delação criminosa, de um réu confesso, a qual vem sendo contestada judicialmente. Por fim, o governador reitera a confiança plena na justiça brasileira.”
O advogado Carlo Luchione, responsável pela defesa de Castro e Sarciá, declarou anteriormente ao g1 que procurava obter uma cópia da decisão “para se inteirar dos motivos da busca e apreensão, haja vista que fatos noticiados na imprensa remontam anos”.