Antes de a Expointer começar, a Rádio Gaúcha inaugurou sua programação com o Gaúcha Atualidade, na sexta-feira, 25 de agosto. Nas primeiras e nas entrevistas subsequentes o que mais se ouviu foi que, se conseguisse repetir os números de 2022, a feira estaria no lucro. Era um otimismo cauteloso, baseado nos bons resultados do ano anterior, e no que o presidente da Farsul chamou de “espírito do parque” na segunda-feira (28) depois de um primeiro fim de semana animador.
O resultado divulgado neste domingo superou todas as expectativas e mostrou uma Expointer de superlativos. O público de 818 mil visitantes superou em 5,9% o de 2022. As vendas de R$ 7,986 bilhões ficaram 11% acima das do ano passado.
Para quem achava que um empate seria considerado vitória, o dado é motivo de celebração para organizadores, expositores e para o governo do Estado. Porque significa que o Rio Grande do Sul, depois de dois anos de estiagem e de ter perdido renda com a pandemia, dá sinais de que vem aí um período de crescimento significativo no setor que é a base da sua economia. Boas notícias para o campo são também alvíssaras para a cidade, porque movimentam toda a cadeia econômica.
O desempenho do Banrisul e do BRDE, dois bancos que elegeram o financiamento do agronegócio como suas prioridades, indica o acerto da opção. O Banrisul fechou a Expointer com volume recorde de negócios: R$ 1,264 bilhão, crescimento de 52% em relação ao ano passado. O BRDE também bateu sua marca histórica e fechou com R$ 518 milhões em novos negócios, com destaque para projetos que levam mais inovação ao campo e de ampliação da capacidade de armazenagem. O volume de contratações fechadas e de operações encaminhadas nos nove dias de feira deste ano superou em 14,3% o total de pedidos apresentados na edição de 2022 (R$ 453 milhões).
Não é surpresa que o grosso do movimento financeiro na Expointer (R$ 7,2 bilhões) venha das máquinas agrícolas, cada vez mais tecnológicas e com alto valor agregado – um conjunto de trator e semeadeira de última geração passa de R$ 4 milhões. As colheitadeiras também chegam a essa faixa, mas há equipamentos para todos os tamanhos de produtor e novidades que nem se imaginavam nas feiras do século passado, como drones e robôs. As revendas de automóveis faturaram R$ 471,7 milhões.
Em seu 25º ano de existência, o pavilhão da agricultura familiar também bateu recordes em número de expositores, público e vendas (R$ 8,7 milhões).
Aliás
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deixou o Rio Grande do Sul impactado com o tamanho e a organização da Expointer, a beleza do Parque Assis Brasil, que considerou o melhor que já visitou, e com a receptividade. Mesmo que parte do setor não goste do presidente Lula, Fávaro diz que foi muito bem tratado em Esteio.