Quem já passou por um tratamento oncológico ou teve um parente nessa situação sabe que, depois de uma sessão de quimioterapia, a pessoa só quer saber de descansar. Imagine-se, então, o que significa um paciente com câncer ter de viajar 500 quilômetros de ida e volta, sacolejando dentro de um ônibus, para fazer quimioterapia em outro município.
É o que ocorre com os doentes de Frederico Westphalen e municípios vizinhos, que precisam fazer tratamento em Erechim.
— É desumano para um paciente fragilizado ter de sair de Frederico às 4h da manhã, viajar 250 quilômetros, fazer os procedimentos e no fim do dia fazer mais 250 quilômetros — resume o prefeito de Frederico Westphalen, José Panosso, verbalizando o sentimento dos prefeitos de 25 municípios do norte do Estado, que estão mobilizados pela construção de um centro de oncologia em seu município.
Panosso registra que a situação é ainda mais difícil para quem mora no interior do município e precisa se deslocar até a cidade.
Frederico é o centro de uma microrregião desassistida em matéria de média e alta complexidade. O município de referência para tratamentos oncológicos é Erechim. Cada município encaminha os seus pacientes em ônibus, van ou ambulância. Os prefeitos estão dispostos a empregar o dinheiro gasto nessas viagens na manutenção do centro oncológico. Para a construção do prédio são necessários R$ 2 milhões, mais R$ 10 milhões para equipá-lo.
Os prefeitos apelam aos deputados e senadores para que destinem emendas para viabilizar o centro. E têm feito périplos a Brasília para falar pessoalmente com cada um que, na época de campanha, visita a região pedindo votos.