O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Com a tarefa de colher sugestões para facilitar cada vez mais o acesso do cidadão a serviços pela internet, representantes dos setores público e privado de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná se reuniram nesta terça-feira (15) no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
A oficina realizada na Capital é a primeira de uma série de cinco encontros que ocorrerão em todas as regiões do Brasil. O objetivo é fazer com que demandas simples, como a confecção de documentos, tornem-se mais rápidas e acessíveis a toda a população.
O evento foi promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, com o apoio do Piratini. A ministra da Gestão, Esther Dweck, e o governador Eduardo Leite participaram da oficina.
Em seu discurso, a ministra reconheceu que um dos principais desafios para colocar em prática a digitalização de governos é melhorar as condições de conectividade dos brasileiros.
Esther Dweck destacou que de pouco adianta o governo se tornar mais digital, se a população não tiver acesso à internet.
— A população brasileira é muito conectada digitalmente, mas muitas vezes com pacote de dados muito pequeno, que permite apenas o acesso a redes sociais. A população não consegue entrar muitas vezes nos aplicativos do governo federal, estadual, do município, porque o pacote não permite — disse Esther, apontando os investimentos anunciados no Novo PAC como forma de contornar o problema.
A ministra acrescentou que outro desafio é o letramento digital da população.
— Estamos trabalhando com os Correios, a Caixa, o Banco do Brasil para as próprias agências dos bancos sirvam de pontos de conectividade e letramento digital, para que a gente não faça um processo em que os governos vão se tornar cada vez mais digitais e parte da população ficar excluída dos serviços — explica.
Último a falar, Leite observou que a digitalização dos serviços deve reduzir prazos e etapas enfrentadas pelo cidadão. O governador destacou que o Rio Grande do Sul é "tricampeão" na oferta em serviços digitais, conforme índice divulgado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação.
— Os prazos podem ser menores. Isso exige um pensamento novo em estrutura digital, e não simplesmente a reprodução do analógico.
As sugestões colhidas em Porto Alegre e nas próximas quatro oficinas serão utilizadas para a elaboração de uma Estratégia Nacional de Governo Digital, que servirá de base para padronização de serviços digitais nos governos estaduais e nas administrações municipais.