O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Aproveitando a vinda da comitiva do governo federal para a Expointer nesta quinta-feira (31), o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT) entregou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o texto de uma proposta que incentiva o uso de insumos biológicos no lugar de agrotóxicos. O projeto de autoria do petista já tramita na Assembleia Legislativa.
De forma simplificada, os insumos biológicos ou bioinsumos são produtos naturais que podem ser produzidos pelo próprio agricultor a partir de microrganismos e materiais orgânicos para aplicar nas plantas e na terra. Um dos exemplos mais conhecidos são os biofertilizantes (adubo orgânico), produzidos com restos de alimentos, esterco, cinzas e outros elementos.
Ao entregar a proposta ao ministro da Agricultura, o deputado do PT tem a expectativa de que o governo federal abrace a ideia e envie texto semelhante ao Congresso. Adão Pretto disse que Fávaro já "tinha ouvido falar" do projeto e prometeu analisar com calma.
— Existe essa polêmica com os agrotóxicos. Nós queremos ser contraponto, mas para isso temos de apresentar uma alternativa economicamente viável, que são os bioinsumos. Tem estudos mostrando que se consegue produzir mais, dar mais renda, cuidando da natureza e da saúde do agricultor no campo e do consumidor (na cidade) — defende o parlamentar.
Na Assembleia, a proposta já recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O deputado do PT ressalta que a iniciativa não tem o objetivo de proibir o uso de agrotóxicos.
— Não queremos proibir, queremos oferecer uma alternativa. Não queremos punir quem produz da forma convencional — explica.
Uma das formas de incentivo mencionadas no projeto de Adão Pretto é a criação de linhas de crédito em bancos direcionadas aos agricultores que decidirem utilizar bioinsumos na produção de alimentos.