Prefeitos da região metropolitana de Porto Alegre almoçaram com o governador Eduardo Leite nesta quarta-feira (31), no Instituto Caldeira, e apresentaram suas demandas ao governo. O presidente da Granpal, prefeito Leonardo Pascoal (PP), de Esteio, começou pedindo a criação de uma Autoridade Metropolitana, para coordenar as reivindicações de cada cidade e inseri-las aos projetos do governo.
Na presença da secretária da Saúde, Arita Bergmann, Pascoal apelou para que o governo não efetive os cortes de verba para hospitais da Região Metropolitana, previstos no programa Assistir e marcados para julho. Justificou que esse corte soma R$ 180 milhões e provocaria o colapso dos serviços.
Leite ouviu o pedido com atenção, mas não se comprometeu a atender. Explicou a lógica do programa Assistir, de pagar de acordo com a produtividade e descentralizar os serviços.
Explicando que as demandas foram aprovadas na última assembleia-geral da Granpal, Pascoal pediu investimentos na integração do transporte metropolitano e sugeriu que parte dos recursos da venda da Corsan sejam aplicados nessa área. Leite respondeu que esses investimentos já estão no planejamento do governo e que os recursos de privatizações não podem ser gastos no custeio da máquina.
O prefeito de Esteio presenteou o governador com uma camiseta da associação de municípios:
— Queremos que o senhor literalmente vista a camiseta da Granpal.
Na palestra, Leite explicou detalhadamente as dificuldades do Estado, lembrando as perdas com a mudança no ICMS, às vésperas da eleição. Comparou o tamanho da dívida do Rio Grande do Sul com a do Paraná e a de Santa Catarina e o valor dos precatórios que precisam ser quitados até 2029. O Rio Grande do Sul é o que tem maior valor a pagar.
O governador deu uma boa notícia aos prefeitos: a compensação pelas perdas do ICMS começa a ser feita no final de junho. O Estado terá abatimento nas parcelas da dívida, mas repassará os 25% dos municípios em dinheiro. O Estado perdeu R$ 5 bilhões em 2022, mas serão compensado em R$ 3 bilhões, ao longo de dois anos.
Os prefeitos voltaram a pedir que não seja cobrado pedágio na RS-118. Leite disse que não há previsão de instalar praças de pedágio, mas que o debate não pode ser interditado, já que o Estado não dispõe de recursos próprios para investir na duplicação da rodovia.