Acompanho o nascimento de três mães desde que o teste de gravidez deu positivo. São colegas e amigas da Rádio Gaúcha, que neste ano descobriram o amor incondicional, as dores e delícias da maternidade: Andressa Xavier, mãe da Antônia, Kelly Matos, mãe do Gabriel, e Mariana Ceccon, mãe da Malu, que ainda não nasceu. Outra querida colega está iniciando essa jornada: Katlyn Moreira, essa menina que é toda delicadeza e que diariamente nos conta histórias de solidariedade.
Em breve, todas as jovens mães esquecerão dos enjoos, das noites mal dormidas, da preocupação com a febre e o narizinho trancado e só lembrarão do cheiro, do abraço, dos primeiros desenhos e do primeiro cartão de Dia das Mães dizendo "você é a melhor mãe do mundo".
Já passei por todas essas fases e da maternidade só guardo as boas lembranças; as de cada um. É lugar-comum dizer isso, mas para mim, a vida se divide entre antes e depois do nascimento dos meus filhos, que hoje são adultos e amorosos.
Minhas amigas têm estilos diferentes de ser mãe, mas todas têm em comum a certeza de que experimentam um tipo raro de felicidade. Andressa, sempre discreta, nos manda fotos da Antônia e vez por outra publica alguma coisa no Instagram, quase sem legendas, dela, do Diori e da bebê. Kelly é expansiva. Escreve longos textos sobre a maternidade e compartilha com seus seguidores junto às fotos do Gabriel, um cabeludo que já está com cara de mocinho e nem completou três meses. Mari ainda está à espera da Malu e ainda não sabemos como será quando der à luz, mas intuo que será tranquila, pela experiência adquirida com os gatos que ela o Tiago Boff cuidam com tanto amor.
Às vésperas do Dia das Mães, dou graças a Deus por ainda poder abraçar a minha, que tinha 18 anos quando eu nasci, de parto normal, lá na roça onde vivia, distante de hospital. Teve cinco filhos, todos em casa, trabalhando até o dia do parto e voltando a costurar dias depois, que era o jeito de complementar a renda. Dela me separei aos 10 anos, para estudar na cidade, mas quando falo em "ir para casa no fim de semana", todos sabemos que é para a casa da mãe.
Minha mãe é uma fortaleza. Vai fazer 81 anos, agora dia 10 de maio. Sobreviveu à morte do meu pai com a resistência de quem ficou órfã aos nove anos e sempre superou as dificuldades, que não foram poucas. Queria ser professora, mas não pôde estudar porque precisava ajudar a vó nos trabalhos da roça. Casou-se com 17 anos e, dos 18 em diante, passou a ser mãe e hoje é avó orgulhosa de seis netos.