O sábado (8) ficou sombrio com a notícia da morte prematura do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, aos 63 anos. O Brasil perdeu um homem íntegro, que desde 2010 era ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O que se disse dele à época em que boa parte do Rio Grande do Sul se mobilizou para que fosse indicado pelo presidente Lula segue valendo: um homem de saber jurídico incontestável, retidão de caráter e exemplo de integridade.
Em um meio marcado pelas vaidades, em que a toga muitas vezes transforma juízes de tribunais superiores em pavões, Paulo de Tarso manteve a humildade e a simplicidade.
— Perdemos o melhor da nossa geração. Humano, humilde e competente. Eu perdi um amigo. A magistratura perde um grande exemplo — lamentou a desembargadora Vera Deboni, vice-presidente da Associação Brasileira de Magistrados.
Paulo de Tarso foi vítima de um câncer, nessa loteria ao contrário, que não escolhe idade nem leva em conta os cuidados adotados a título de prevenção. Morreu quando ainda tinha muito a fazer pelo país, dado que a aposentadoria compulsória só ocorre aos 75 anos.
Todas as frases ditas a título de consolo para a família de alguém que morre antes do que seria a hora razoável são vazias. Mesmo para os mais crentes, dizer “que Deus conforte o coração da família”, que a pessoa “está em um lugar melhor” ou que “Deus estava precisando de bons juízes no tribunal do céu” não ajuda a diminuir a dor da esposa, dos filhos, dos amigos. Morrer aos 63 anos é injusto para pessoas de qualquer profissão.
Como homenagem a Paulo de Tarso, espera-se que o presidente Lula, que o indicou em 2010, escolha como substituto um homem ou mulher à altura do ministro que o STJ acaba de perder. Que as mesmas forças que se mobilizaram pela indicação dele em 2010 se unam em torno de um nome que honre a magistratura como Paulo de Tarso honrou.