Sem a presença de representantes do Rio Grande do Sul, quatro ministros do governo Lula acertaram nesta terça-feira (7) com representantes do Uruguai o lançamento da licitação para a dragagem da hidrovia entre o Brasil e o país vizinho, por meio da Lagoa Mirim. A obra, que tem custo estimado em R$ 50 milhões, será financiada com dinheiro do orçamento do Ministério dos Portos e Aeroportos.
A ausência de gaúchos chama atenção visto que a obra é aguardada há décadas pelo Estado, por ser considerada uma saída para reduzir os custos e o impacto ambiental do transporte de cargas. O governo do Estado não foi informado a respeito do assunto da reunião.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que a obra começará ainda neste ano e que, nessa ocasião o presidente Lula e o presidente Uruguaio vão se encontrar para celebrar o início da dragagem.
Ainda na semana passada, o senador Luis Carlos Heinze (PP) pediu agenda com o ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, para cobrar o andamento da obra. Na ocasião, Heinze ouviu do ministro que a obra seria feita com verba pública e, mais tarde, a hidrovia seria concedida a um parceiro privado.
Além da hidrovia, o ministro das Relações Exteriores informou que será aberta em até 90 dias a licitação para a construção de nova ponte sobre o Rio Jaguarão, para ligar o município de Jaguarão (RS) a Rio Branco, no Uruguai.
Os governos dos dois países também vão trabalhar para tornar binacional o aeroporto de Rivera, que fica na fronteira com Santana do Livramento.
Os anúncios são produto da visita que o presidente Lula fez em janeiro ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
Além de Vieira e França, participaram da reunião com os uruguaios nesta segunda os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Renan Filho (Portos e Aeroportos).