São consistentes os sinais de que o governador reeleito Eduardo Leite deve manter a professora Raquel Teixeira à frente da Secretaria Estadual da Educação. Na campanha, Raquel foi alvo de ataques xenófobos e grosseiros por parte do candidato Onyx Lorenzoni, que a chamava de “deputada derrotada de Goiás”, dizia que ela precisava de GPS porque não sabia onde ficam as escolas mais tradicionais do Rio Grande do Sul e não conhecia a realidade da educação gaúcha.
Longe de abalar a confiança de Leite na professora goiana, as críticas do candidato derrotado do PL levaram pessoas próximas ao governador reeleito a concluir que sua intenção é mantê-la no cargo, focada nas questões pedagógicas. Assim que chegou ao Rio Grande do Sul, Raquel tratou de fazer um diagnóstico da situação da rede, convencida de que é impossível planejar o futuro sem saber em que ponto do caminho estão os alunos.
Concluído em meio à pandemia, o diagnóstico embasou as ações previstas no Avançar Educação, programa lançado em 2021 e que é a base do que será feito nos próximos anos. A essas medidas serão acrescentadas outras para contemplar os compromissos assumidos com partidos que apoiaram a reeleição de Leite no segundo turno, como a ampliação do turno integral no Ensino Médio para no mínimo 50% das escolas públicas.
Raquel é considerada uma das técnicas mais qualificadas da área por ninguém menos que Priscila Cruz, presidente da ONG Todos pela Educação, com quem Leite se aconselha já há algum tempo. Na reportagem especial sobre os desafios da Educação no próximo governo, o jornalista Marcel Hartmann encontrou um aval inesperado para o trabalho da secretária. Ele vem da presidente do Cpers, Helenir Schürer, que não bate palmas para o governo Leite, mas reconhece as qualidades de Raquel.
Ainda que os resultados obtidos até aqui deixem muito a desejar, aliados do governador entendem que o pior dos mundos seria começar tudo do zero, repetindo erros do passado.
ALIÁS
Por mais que o desejo de Eduardo Leite seja ter o PDT no governo, é improvável que ele repita o erro cometido no início do governo, e que foi também de vários dos seus antecessores, de indicar um político para a Secretaria da Educação. O cargo é técnico e deverá ser preenchido como cota pessoal do governador.
Patrulhas em ação
O ex-presidente Lula ainda não foi nem diplomado e a patrulha da esquerda já se revela tão autoritária quanto a da direita. Os radicais não percebem que a melhor forma de ajudar o futuro presidente a não repetir os erros do passado é aceitar as críticas que possam fazer o governo melhor. Exemplo: não se pode sequer apontar como equívoco o fato de Lula viajar para a COP 27, no Egito, no jatinho de um empresário. E é um erro.