O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Historicamente ligado à pauta da educação, o PDT indicará o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Burmann para integrar a transição de governo no Estado. Burmann concorreu a deputado federal em outubro, mas ficou com a segunda suplência.
Quando declarou apoio ao então candidato Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno, o PDT exigiu e recebeu do tucano o compromisso de implementar o ensino de turno integral em metade das escolas estaduais até o final do próximo governo, em 2026.
Para atingir a meta, o entendimento dos trabalhistas é de que o primeiro passo a ser assegurado é cumprir o investimento do mínimo constitucional de 25% das receitas do Estado na área da educação.
— O Estado tem que cumprir com o orçamento da educação porque sem recurso não vai se conseguir implementar esse desejo. Outro ponto é priorizar para que os recursos possam financiar a escola de turno integral — diz o presidente estadual do PDT, Ciro Simoni.
Simoni será uma espécie de coordenador-geral político da transição pelo lado do PDT. Para a área de infraestrutura, a legenda indicou o ex-prefeito de Passo Fundo Airton Dipp.
A deputada estadual Juliana Brizola, que fez 68.865 votos e ficou na primeira suplência para a Câmara, não integrará o grupo de transição, mas poderá dar contribuições informais.
A decisão do PDT de indicar nomes para a transição foi oficializada na quinta-feira (10), após reunião de membros do partido. Na última segunda-feira (7), quando reuniu pela primeira vez os líderes partidários que apoiariam a sua chapa desde o início da campanha (PSDB-Cidadania, MDB, PSD, Podemos, União Brasil), Leite já havia dito que também convidaria as legendas que se uniram à candidatura no segundo turno: PDT, PSB e Solidariedade.
Contribuição
Em relação à eventual indicação de cargos para o novo governo e adesão na Assembleia Legislativa, Simoni se apressa em dizer que o PDT não tratou de cargos com Leite e que, no momento, irá apenas contribuir com a transição:
— Em momento nenhum falamos de cargos, nem o governador falou conosco. Queremos participar para contribuir com a transição.
Cargo no Detran
Derrotado nas eleições de outubro, quando tentou um assento na Câmara dos Deputados e ficou com a terceira suplência do PP, o empresário Marcos Peixoto foi nomeado diretor administrativo e financeiro do Detran-RS. Marcos é filho do conselheiro Marco Peixoto, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS).
A menos de dois meses do fim do governo Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), a nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado na quinta-feira (10). Marcos entra no lugar de Inajara Gonçalves da Rosa, exonerada do cargo no mesmo ato.
Nas eleições, o filho do conselheiro do TCE fez 17.218 votos e declarou à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 235 mil em despesas de campanha.