A última pesquisa do Ipec no segundo turno revela estabilidade nas intenções de voto de Eduardo Leite (PSDB), que manteve os 50% dos dois levantamentos anteriores, e leve queda nos índices de Onyx Lorenzoni (PL). O candidato do PL largou com 43%, baixou para 41% na semana passada e agora tem 40%. São oscilações dentro da margem de erro, estimada em dois pontos percentuais, mas que fizeram aumentar a diferença quando considerados apenas os votos válidos.
Na primeira rodada, a vantagem de Leite era de oito pontos (54% a 46%). Na segunda, de 10 pontos (55% a 45%). Agora, foi a 12 pontos (56% a 44%). Mesmo com essa diferença, seria leviano dizer que a eleição está decidida, já que, além da margem de erro, há que se considerar o intervalo de confiança, os eleitores que pretendem votar nulo ou branco (5%), os que se declaram indecisos (5%), o índice de eleitores que admitem mudar o voto e, principalmente, um dado que o Ipec não consegue levantar: a abstenção.
No primeiro turno, 19% dos eleitores deixaram de votar. É impossível saber quantos não irão às urnas neste segundo turno. Em tese, Onyx se beneficia do fato de ser o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), porque seus eleitores têm um motivo a mais para votar. Leite não tem um candidato para chamar de seu e precisa contar com os eleitores que no primeiro turno escolheram Edegar Pretto (PT) e que migraram para sua candidatura por falta de opção.
Os eleitores petistas, assim como os bolsonaristas, têm motivo para sair de casa no domingo (30), já que estão empenhados na eleição do ex-presidente Lula (PT). O problema de Leite são aqueles que não gostam de Lula nem de Bolsonaro e votarão por exclusão.
Os números favoráveis a Leite começam pela espontânea. Sem apresentar um cartão com o número do candidato, o entrevistador pergunta em quem o eleitor pretende votar. A essa pergunta, 45% responderam Leite e 35% Onyx. A pergunta sobre potencial de voto e rejeição reforça a vantagem do ex-governador. A soma dos que votariam nele com certeza com a dos que poderiam votar dá 61%. Por esse critério, a soma de Onyx é de 46%.
No quesito rejeição, 34% não votariam em Onyx de jeito nenhum e 28% não escolheriam Leite.
ALIÁS
A pesquisa do Ipec não captou os efeitos do debate de quinta-feira (27) à noite na RBS TV, porque a maioria das entrevistas já tinha sido feita. Na rápida entrevista que deu à Rádio Gaúcha após o debate, Onyx disse ter certeza de a pesquisa lhe seria desfavorável, sinal de que deve ter outros indicadores para embasar sua convicção.