São furadas as justificativas dadas pela campanha do ex-presidente Lula para sua ausência no debate de sábado (24) à noite, organizado por um pool de veículos de comunicação e transmitido pelo SBT e pela CNN Brasil. Teria sido mais honesto dizer que Lula preferiu não ir porque o comando da campanha avaliou que, eleitoralmente, perderia mais indo ao debate do que deixando o púlpito vazio.
A explicação de que não iria porque a data e a formação do pool demoraram para ser confirmados não se sustenta: desde março o comando da campanha sabia que a data era essa. O pool era formado por SBT, CNN Brasil, Terra, NovaBrasil, Estadão/Eldorado e Veja.
Na última hora, acrescentou-se um segundo pretexto, o da presença de Padre Kelmon, o candidato do PTB, que não estava prevista. Vá lá que o dito “padre” seja uma figura bizarra, sacada sabe-se lá de onde pelo PTB para substituir o não menos bizarro Roberto Jefferson. A suspeita de que Padre Kelmon e Jair Bolsonaro fariam uma dobradinha no debate (o que acabou se confirmando) não poderia servir de pretexto para a ausência de Lula.
O ex-presidente não foi porque lidera as pesquisas de intenção de voto e está em clima de “já ganhou” (no primeiro turno). A história registra outros casos de candidatos que não quiseram participar de debates e foram criticados porque não deixa de ser um desrespeito ao eleitor.
Lula e Bolsonaro criaram suspense em relação ao debate da Band, o primeiro, mas acabaram indo. Lula foi mal. Errou na estratégia de não responder às acusações de Bolsonaro e acabou apanhando de todos os adversários. Como não caiu nas pesquisas — e os que se deram bem não subiram — deu-se o luxo de não comparecer ao do SBT, mas avisou que irá no da Globo.
Em respeito aos eleitores, candidatos a governador, presidente e senador não podem ter medo de debate nem de entrevistas feitas por jornalistas independentes. Não há pergunta ruim para quem tem boas respostas, mas Lula preferiu falar sozinho na propaganda eleitoral.
ALIÁS
O debate da RBS TV, na terça-feira (27) à noite, é a última chance de os candidatos a governador mostrarem por que merecem estar no segundo turno. Todos os convidados confirmaram participação, cientes de que fugir da raia só favorece os adversários.
Sai na segunda-feira nova pesquisa Ipec
Será divulgada no RBS Notícias desta segunda-feira (26) a penúltima pesquisa do Ipec para governador, senador e presidente no Rio Grande do Sul. A divulgação ocorre na véspera do debate derradeiro entre os candidatos a governador, na RBS TV, depois da novela Pantanal.
Esta é a quarta rodada da pesquisa Ipec desde o início da campanha eleitoral. No último levantamento, Eduardo Leite (PSDB) liderava com 38%, seguido de Onyx Lorenzoni (PL), com 26%. Em terceiro estava Edegar Pretto (PT), com 10%.