Por enquanto, não se tem notícia de nenhum candidato do Rio Grande do Sul que tenha aderido à proposta de Maisa Diniz, que concorre a deputada federal pela Rede em São Paulo, de formar a “Bancada da Cannabis”.
A goiana de 34 anos é uma das 10 candidatas e candidatos de diferentes partidos que decidiu empunhar a bandeira da legalização da maconha pelo Congresso, contando não só com o voto dos jovens, mas de pacientes que sofrem com dores crônicas, depressão e outras doenças que podem ser tratadas com derivados da cannabis.
“Não podemos permitir que dogmas ou a desinformação vençam o debate sobre o assunto, diz um trecho do manifesto do grupo, que começou com 10 candidatos.
Confira a íntegra do manifesto:
O ano é 2022 e a legalização da cannabis nunca foi tão urgente. Diante de um mercado criminalizado e o potencial de cura de uma planta que ajudaria milhões de pessoas no país que mais toma Rivotril no mundo, é imprescindível levarmos a Cannabis para o Congresso Nacional de forma definitiva.
O preconceito e a desinformação são barreiras sólidas diante da desconexão entre a ciência, a tecnologia e as políticas públicas que têm sido adotadas no Brasil. A partir da experiência de países que estão na nossa frente no processo de regulamentação, como Israel, Estados Unidos e Portugal, precisamos encontrar uma solução efetiva diante da guerra às drogas.
Nós, candidatos e candidatas abaixo-assinados neste manifesto, pretendemos acabar com a hipocrisia que envolve a questão da Cannabis no Brasil, colocando as eleições de 2022 como um marco deste processo.
Não podemos mais permitir que dogmas ou a desinformação vençam o debate sobre o assunto. Há milhões de brasileiros que têm sido prejudicados todos os dias devido a esse tabu: mães de crianças autistas, cuidadores de doentes de Alzheimer e uma legião de pessoas que sofrem com sintomas de ansiedade e depressão.
A regulamentação da cannabis, porém, precisa ir além dos fins medicinais. O Brasil convive com um ciclo trágico que gera o aprisionamento de milhões de jovens pobres, quase sempre negros, decorrentes do flagrante policial de drogas em pequenas quantidades.
A solução canábica também vai muito além da questão de segurança pública. Os exemplos pelo mundo deixam evidente que o Brasil diariamente perde tempo neste mercado, que criará milhões de empregos e bilhões de reais em impostos para o Estado.
Em suma, há uma série de motivos para avançar na regulamentação da cannabis. O que precisamos agora é discutir essa pauta de forma madura, racional e democrática. O trabalho feito no Parlamento até aqui tem muito mérito, mas precisamos dar maior atenção e protagonismo ao debate. A hora é agora.
Maisa Diniz (REDE-SP)
Eder Matos (MDB-SE)
Paulo Teixeira (PT-SP)
Mari Valentim (CIDADANIA-DF)
Bacelar (PV-BA)
Louise Verde (PV-DF)
Elayne Carvalho (PDT-CE)
Dário 420 (PSOL-MG)
Santo Skywalker (PSOL-SP)
André Barros (PSOL-RJ)