O jogo do Grêmio na noite desta sexta-feira (2), contra o Vila Nova, terá um espectador inesperado: o presidente Jair Bolsonaro confirmou para um grupo restrito, que estava com ele no palanque oficial da abertura da 45ª Expointer, que irá à Arena para assistir à partida.
Bolsonaro é amigo de Renato Portaluppi, ídolo da torcida gremista e novo treinador do time.
Na abertura da Expointer, Bolsonaro foi o mais aplaudido e, no trajeto até a Farsul, onde vai almoçar, recebeu aplausos e gritos de "mito, mito, mito". O governador Ranolfo Vieira Júnior estava preparado para levar a maior vaia de sua vida, mas foi aplaudido discretamente quando teve o nome anunciado ao microfone e com entusiasmo ao final, depois de um discurso moderado, focado no agronegócio e nos grandes números do evento.
— Nós estamos aqui afirmando o agro, o que significa afirmar a qualidade, a sustentabilidade, o respeito à natureza e a produtividade. Estamos aqui afirmando a competência, a seriedade e a dignidade. Estamos fundamentando as razões da nossa competitividade — disse Ranolfo.
O tom político foi dado primeiro pelo prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, que encerrou sua fala dizendo que torcia para que "aqueles que saquearam o Brasil não voltem à cena do crime". O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, começou dizendo que não discursaria porque o público presente estava ali "para ver o presidente Jair Bolsonaro". Aplaudido, puxou o coro de "mito, mito, mito".
O discurso de Bolsonaro foi curto e, comparado a outros, moderado. Começou dizendo "Brasil, terra progressista. Rio Grande do Sul, pedaço deste paraíso".
Mandou abraço para os homens e beijo às mulheres, agradeceu a Deus pela "segunda vida" e pela missão de governar o país, falou das riquezas do Brasil e exaltou o agronegócio. Em seguida, destacou que seu governo autorizou a posse e o porte de armas e foi interrompido por aplausos:
— Dobramos o número de Cacs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas). As armas de fogo são a certeza de proteção da família e de que a nossa pátria nunca será escravizada.
Em seguida, sem citar nomes, disse que em quatro anos entregou mais títulos de propriedade de terra do que "o bandido que me antecedeu em oito anos". Encerrou reafirmando que é contra a liberação das drogas e a ideologia de gênero.
— Nossas cores serão sempre o verde e amarelo. Temos o povo e Deus ao nosso lado. Estamos juntos para o que der e vier.
Vestidos com uma jaqueta amarela do Banco do Brasil, Bolsonaro e o candidato do PL ao governo do Estado, Onyx Lorenzoni, estiveram próximos desde a Base Aérea de Canoas. O presidente fez uma série de gestos inequívocos de que Onyx é o seu candidato no Rio Grande do Sul. O senador Luis Carlos Heinze, que concorre pelo PP, estava no palanque, mas não recebeu do presidente a mesma deferência do adversário. Os dois disputam os votos do agro e do eleitorado de direita.