Sem alarde, a Associação dos Procuradores do Rio Grande do Sul (Apergs) trouxe o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, para seu congresso em Gramado.
A preocupação era evitar que Barroso fosse constrangido como foram os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli, que tiveram de cancelar palestras no Rio Grande do Sul por pressão de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro em Bento Gonçalves e Gramado.
Barroso veio, hospedou-se em um hotel sem ser molestado (como mandam as regras da civilidade), fez a palestra de mais de uma hora, foi aplaudido de pé pelo auditório lotado e até participou da festa de encerramento do congresso, sempre afável e gentil com os procuradores.
Na palestra, disse que estamos vivendo uma época “em que as pessoas divergem não só quanto às opiniões, mas também quanto aos fatos”. Defendeu a imprensa, disse que ela não é apenas um negócio privado, mas uma instituição essencial à democracia.
O ministro disse que a exclusão digital é uma das maiores violações de direitos humanos para uma criança. Concluiu defendendo a verdade, a democracia, a tolerância e a pluralidade, com espaço para debate de diferentes ideias:
— A democracia é muito difícil, muito fragmentada. Mas as alternativas são piores.