Foram quase duas horas de reunião, nesta segunda-feira (4), entre no ex-governador Eduardo Leite e a cúpula do PSDB com alguns dos principais líderes do MDB. Pedida por Leite, a conversa teve como foco a reafirmação do convite para o MDB integrar a chapa, indicando o candidato a vice-governador, tema que será debatido no próximo domingo (10), a partir das 10h, pelo diretório estadual do partido que já escolheu Gabriel Souza como seu candidato ao Piratini.
O ex-governador Germano Rigotto, que defende abertamente a aliança, para evitar a vitória “de um populista de esquerda ou de direita” reconhece que dificilmente a aliança será aceita, porque as bases do MDB, movidas mais pela emoção do que pela racionalidade, encamparam a tese da candidatura própria.
— Se olharmos com racionalidade, veremos que o melhor é o MDB se aliar ao PSDB para defender um projeto que começou com Sartori (José Ivo). A divisão do centro só interessa aos extremos.
Ao contrário de outros emedebistas que consideram a sucessão nacional “jogo jogado”, Rigotto acredita que ainda há tempo para Simone Tebet crescer na campanha e disputar o segundo turno. O discurso do ex-governador se assemelha com o de Leite.
Na reunião, o ex-governador disse que respeitará a decisão do MDB e que considera legítimo o desejo da base de ter candidato próprio. Elogiou o deputado Gabriel Souza, mas disse que considera muito exíguo o tempo para ele se tornar conhecido em um cenário de disputa presidencial acirrada:
— A eleição estadual vai disputar espaço na mídia e na cabeça do eleitor com a presidencial. Nesse contexto, fica difícil viabilizar um nome novo. Minha pré-candidatura nasceu dessa constatação, feita em pesquisas qualitativas, de que tanto Gabriel como o governador Ranolfo eram pouco conhecidos dos eleitores.
O presidente do MDB, Fabio Branco, que participou da reunião ao lado do ex-deputado Luis Roberto Ponte, do presidente da Famurs, Paulinho Salerno, e do presidente da Juventude do MDB, Ivan Maurina, diz que a reunião foi “muito produtiva” e que se discutiu não apenas a eleição, mas “um projeto de futuro”.
Branco vai levar para o diretório duas propostas: a de candidatura própria e a de aliança com o PSDB, recomendada pelo presidente nacional, Baleia Rossi, como contrapartida ao apoio dos tucanos à senadora Simone Tebet. A convenção, que referendará ou não o que o diretório indicar, está marcada para 31 de julho.
Rigotto contou que tem percebido o crescimento, entre deputados e prefeitos, do apoio à aliança com o PSDB, mas que muitos não se manifestam por medo da patrulha. Branco reconhece que a resistência já foi maior, mas não consegue prever qual será o resultado no diretório.
Durante a reunião, o ex-governador José Ivo Sartori publicou no Twitter um post reafirmando a defesa da candidatura própria. Diz o texto: "O presidente @fabiobrancors convocou o diretório para consultar sobre o rumo do @mds15 nas eleições de 2022. Este é o caminho: democracia e diálogo. Somos um partido de base, plural e diverso. Com serenidade e unidade, confio na confirmação da candidatura própria".