O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Após o Ministério da Economia aprovar o plano de recuperação fiscal do Rio Grande do Sul, os dois candidatos bolsonaristas afirmam que não irão intervir junto ao governo federal para evitar a homologação do regime. O aval definitivo para o Estado entrar no regime de recuperação depende apenas da assinatura do presidente Jair Bolsonaro.
Procurados pela coluna, o senador Luis Carlos Heinze (PP) e o deputado Onyx Lorenzoni (PL) lamentaram o desfecho da negociação entre Piratini e o Ministério da Economia e avaliaram que o acordo compromete a gestão dos próximos governadores. Os dois candidatos pediram para se associar a uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que contesta a dívida gaúcha com a União e alegam que o débito já foi pago.
Heinze afirma que, se eleito, irá propor aos governadores de São Paulo, Rio, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás que se reúnam para negociar "em grupo" com o governo federal um pacto diferente do acertado com o ministro Paulo Guedes.
— Eu não sou o governador, não vou me meter nesse assunto agora. Esse plano é impagável, veja o que está acontecendo com o Rio de Janeiro, que está discutindo com o STF a negociação que fez. Tem que fazer outra negociação — afirma Heinze.
No mesmo sentido, Onyx destaca que não é mais ministro de Estado desde março deste ano, quando deixou o cargo para concorrer, e não interfere "em decisões do governo federal, nem participa de decisões de governo". O deputado diz que, se eleito, buscaria a adesão ao Plano de Equilíbrio Fiscal, "por ser menos restritivo, com duração de apenas um mandato".
— É apenas uma homologação por parte do presidente, pois todas as escolhas e os passos necessários já foram feitos entre o governo estadual e a burocracia federal. A escolha que já foi feita compromete a gestão dos próximos seis governadores — diz Onyx.
Na quarta-feira (25), o governo do Estado recebeu a confirmação por parte do governo federal da aprovação do plano de recuperação fiscal do Estado. O último parecer técnico foi publicado com recomendação para que Bolsonaro dê aval para o plano.
Com a homologação, o Rio Grande do Sul terá a dívida bilionária com a União renegociada. Por outro lado, o Estado terá de cumprir uma série de restrições fiscais, limitando os gastos pelos próximos anos. Uma das restrições é a impossibilidade de conceder reajuste a categoria específica de servidores, pois apenas a revisão geral é admitida no plano.
Responsável pela educação
Citada como possível vice de Ricardo Jobim, candidato do Novo a governador, a vereadora Mari Pimentel foi escolhida por ele para cuidar do capítulo da educação no plano de governo.
Pelas regras do Novo, um vereador em primeiro mandato não pode concorrer a outro cargo.
O vice deverá ser anunciado até o final de junho. Tudo o que Jobim pode dizer sobre isso é que será alguém de perfil diferente do dele.