O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O governo de Romeu Zema em Minas Gerais é a inspiração do pré-candidato do Novo ao governo do Rio Grande do Sul, o advogado Ricardo Jobim. Com lançamento da pré-candidatura marcado para 14 de maio, em Santa Maria, sua terra, Jobim usa o exemplo de Zema, que começou a campanha como um azarão, acabou eleito em 2018, fez reformas difíceis, colocou as contas em dias e hoje ostenta uma avaliação que lhe permite sonhar com a reeleição.
Jobim defende e nomeação de técnicos para o comando das secretarias, com a valorização de servidores de carreira em funções tradicionalmente ocupadas por cargos em comissão. Diz que, se for eleito, irá propor o diálogo com todos os partidos, mas não fará a tradicional divisão de cargos e secretarias em troca de apoio no Legislativo.
— Podemos dialogar, mas não dá para vender a alma — projetou Jobim em visita à redação de Zero Hora.
O pré-candidato do Novo disse à coluna que pretende dar foco a "emprego e renda" como grandes símbolos de sua candidatura. Na educação, a principal proposta do advogado é priorizar o ensino profissionalizante no Ensino Médio, considerado estratégico para aumentar a renda dos jovens e atender à demanda de mão de obra de acordo com a vocação de cada região.
Liberal convicto, Jobim defendeu a privatização do Banrisul, mas disse que a venda do banco estatal precisa ser feita no momento adequado. A ideia é reestruturar o banco e vendê-lo quando as ações estiverem mais valorizadas. O pré-candidato do Novo defendeu ainda a simplificação tributária e a desburocratização do Estado, com a ampliação das atividades que não precisam de emissão de alvarás.
Em caso de segundo turno entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, Jobim disse que não ficará neutro. Mesmo lamentando a polarização entre petismo e antipetismo, que considera ultrapassada, o pré-candidato do Novo optaria por Bolsonaro:
— Não vou apoiar o retorno do estatismo — diz o pré-candidato.