As imagens não deixam dúvida de que os atos promovidos pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro no 1º de maio reuniram mais gente do que os da oposição, liderada pelo PT e pelas centrais sindicais. Nos dois casos, a presença de público foi inferior a atos idênticos promovidos pelos dois lados em outros momentos.
Em Porto Alegre, a manifestação das centrais sindicais foi cancelada diante da previsão de chuva, que não se confirmou. No Parque Moinhos de Vento, o Parcão, a torcida organizada de Bolsonaro se vestiu de verde e amarelo, ocupou amplos espaços, mas não repetiu as mobilizações que ela mesma organizou em outros momentos.
Em São Paulo, os dois lados não conseguiram produzir manifestações de tamanho minimamente parecido com as protagonizadas em outros momentos. No dia dedicado a homenagear os trabalhadores, a disputa eleitoral falou mais alto e essa pode ser a explicação para o público reduzido nas principais cidades do país.
Para alívio dos líderes do Centrão, que temiam alguma nova escorregada de Bolsonaro, se falasse de improviso no meio dos manifestantes, ele mandou um vídeo gravado, reduzindo o risco de agravamento da crise institucional.
O 1º de maio do time Bolsonaro foi mais um ato em defesa do presidente e de seus atos e do deputado Daniel Silveira, novo ídolo dos que confundem liberdade de expressão com ameaça à integridade física de ministros do Supremo Tribunal Federal.
O ato das centrais sindicais em São Paulo também foi mais uma manifestação em favor do ex-presidente Lula e de críticas a Bolsonaro, que nem de longe lembrou os tempos em que o trabalhador era o foco das homenagens e ocupava lugar de destaque na festa.
ALIÁS
Em mais um sinal de que o maior adversário do ex-presidente Lula hoje é ele mesmo, o pré-candidato do PT fez uma ataque gratuito à polícia. Deu margem aos adversários para atacá-lo e precisou pedir desculpas. Não foi o primeiro sinal de que está faltando assessoria.
Delinquência celebrizada
O Brasil é um país tão estranho que transformou em “símbolo de liberdade” um delinquente como o deputado Daniel Silveira, estrela da manifestação de 1º de maio no Rio. O STF deu status de celebridade a um deputado medíocre, que a Câmara deveria ter cassado por quebra de decoro parlamentar.