Faltando pouco mais de três meses para o prazo de registro das candidaturas, PT e PSB não dão sinais de conciliação e ensaiam lançar candidaturas próprias ao governo do Rio Grande do Sul, dividindo os votos da esquerda. Os pré-candidatos Edegar Pretto (PT) e Beto Albuquerque (PSB) mantêm as conversas para formar uma aliança, mas já trabalham com a possibilidade de estar em palanques separados no primeiro turno. A se confirmarem as duas candidaturas, o ex-presidente Lula (PT) terá dois palanques no Rio Grande do Sul, assim como seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá dois concorrentes para defendê-lo no Estado, o senador Luis Carlos Heinze (PP) e o deputado federal Onyx Lorenzoni (PL).
— Temos o desejo de estar unidos. Se não for no primeiro turno, será no segundo — diz o deputado estadual Edegar Pretto.
Nesta sexta-feira (29), durante congresso nacional do PSB, Beto afirmou que “na política e na vida, não se tem obrigação de apoiar quem não nos apoia”. O ex-deputado afirma que recebeu o aval da direção nacional do partido socialista para construir sua candidatura no Estado, independentemente do apoio do PT.
— Sigo conversando com PDT, PSD e Solidariedade — diz Beto.
No PT, o discurso oficial é de buscar a unidade dos partidos do chamado “setor progressista” — PCdoB, PV, PSOL, PSB, PDT e Rede. Mas a avaliação petista é de que a sigla deve liderar a chapa.
— Nós temos a nossa importância. Governamos o Estado duas vezes, com toda a dificuldade da eleição de 2018 conseguimos manter a maior bancada da Assembleia. Queremos fazer essa união, mas o PT quer participar dessa coligação tendo o reconhecimento do tamanho que temos — avalia Edegar.
Lula deve vir a Porto Alegre em maio
Na última quarta-feira (27), Edegar se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília. Lula pediu ao deputado gaúcho “um palanque potente já no primeiro turno” e sinalizou que virá ao Rio Grande do Sul no final de maio para um ato no centro de Porto Alegre.
— Ele quer muito vir ao Rio Grande do Sul, está com saudade dos companheiros. Ele pediu para se reunir com setores produtivos, empresarial, cooperativas.
A agenda de Lula no Estado ainda não foi definida. Os detalhes dependem de roteiro que deve incluir Santa Catarina e Paraná.