O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Pré-candidato desde setembro do ano passado, o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) decidiu ampliar as conversas com lideranças de partidos de centro-esquerda para construir a chapa que irá concorrer ao Piratini em outubro, sem ficar refém do PT. Nesta quinta-feira (7), o ex-deputado se reuniu com líderes do PDT gaúcho. Por enquanto, não há nenhuma definição de aliança, até porque o PDT não perdeu a esperança de convencer Romildo Bolzan a concorrer.
— O PDT segue tentando definir o seu candidato, o que eu acho legítimo, mas há espaço para o diálogo e composição — afirma Beto.
O ex-deputado socialista cita a proximidade do PSB com bandeiras caras aos pedetistas, como a educação e o trabalhismo. Por isso, uma chapa PSB-PDT é tratada como uma possibilidade. Mas as definições seguem travadas em razão do cenário nacional.
Nesta sexta-feira (8), o PSB deve anunciar o ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com a aliança entre PSB e PT na chapa presidencial, Beto espera que os petistas retribuam o apoio no Rio Grande do Sul e endossem a sua candidatura. Neste caso, o PT precisará abrir mão da pré-candidatura de Edegar Pretto ao Piratini.
— Eu serei candidato a governador a qualquer circunstância. Nenhuma chance de o Beto Albuquerque ser vice de alguém, nem candidato a senador. Cabe ao PT definir se vai com candidato próprio ou não.
Beto Albuquerque nega que uma aliança com o PDT seja "plano B" e diz que espera por uma decisão do PT até o final de abril. O ex-deputado garante que não tem preferência por Lula ou Ciro Gomes no palanque.
— Está na hora de tomar decisões. Se temos uma eleição nacional e o PSB empresta apoio em vários estados e empresta um vice, óbvio que nós temos uma expectativa de que o presidente Lula possa escolher a minha candidatura para ser a dele no Rio Grande do Sul. Mas se isso não ocorrer, eu estarei livre para fazer a construção.
Entre os líderes pedetistas presentes na reunião desta quinta, estavam o presidente do partido no Estado, Ciro Simoni, os deputados estaduais Gerson Burmann e Juliana Brizola, e o ex-deputado Vieira da Cunha.
Beto também mantém conversas com siglas como Solidariedade, Pros e Avante. Uma nova reunião com o PDT está marcada para o dia 19.