À espera da confirmação da filiação do presidente Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) espera receber o reforço de pelo menos oito deputados — quatro federais e quatro estaduais. São os parlamentares que pretendem deixar o DEM e o PSL com a fusão das duas legendas, que dará origem ao União Brasil. A junção das agremiações é um movimento capitaneado por ACM Neto, que desagradou a ala bolsonarista dos partidos.
Segundo o presidente do PL no Rio Grande do Sul, Giovani Cherini, todos os deputados de DEM e PSL foram convidados para ingressar na sigla. A confirmação, no entanto, depende da negociação que envolve a ida de Bolsonaro ao PL.
— Eles estão esperando para ver onde o presidente Bolsonaro vai. Deverão vir para o PL também — afirma Cherini.
De acordo com Cherini, já demonstraram interesse em migrar para o PL os deputados estaduais Vilmar Lourenço (PSL), Tenente Coronel Zucco (PSL), Capitão Macedo (PSL) e Eric Lins (DEM). Zucco também é cortejado pelo PP.
Se confirmar a filiação dos quatro parlamentares, o PL passaria a ter a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa, ao lado do MDB, com seis deputados. Ficaria atrás apenas da bancada do PT, que tem oito parlamentares.
Na Câmara dos Deputados, o Partido Liberal trabalha para receber Bibo Nunes (PSL), Marlon Santos (PDT) e Ubiratan Sanderson (PSL). Outro que está praticamente fechado com o PL é o deputado licenciado e ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM). Onyx costura a sua candidatura ao governo do Estado e espera pela decisão de Bolsonaro para trocar de partido. Como o senador Luis Carlos Heinze é pré-candidato ao Piratini pelo PP e também disputa o eleitorado bolsonarista, a avaliação na direção do PL é de que a disputa é saudável e que o postulante que estiver na frente nas pesquisas será o escolhido nas urnas.
— Devemos colocar o vice e o senador de outro partido. Três partidos na chapa majoritária — projeta Cherini.
O momento das definições sobre saídas ou permanências dos deputados do DEM e do PSL deve ocorrer após a homologação da fusão dos dois partidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A junção criará o União Brasil, partido que não deve apoiar Bolsonaro em 2022.
— O PL não tem esse poder (de definir as datas). Gostaríamos que fosse hoje. Mas depende de alguns fatores. Primeiro é a confirmação do presidente Bolsonaro. Depois a decisão do TSE para quem tem mandato poder trocar de partido. Se não, somente na janela de março.
O presidente estadual do PL diz que a deputada federal Liziane Bayer (PSB) e a estadual Franciane Bayer (PSB) foram convidadas para ingressar na sigla. A coluna apurou, no entanto, que as deputadas devem ir para o Republicanos em março, na janela partidária. Heinze identifica em Liziane uma potencial de parceira de chapa, seja como vice-governadora ou senadora.
Os planos do PL para a eleição de 2022 são ambiciosos. Segundo Cherini, o partido espera eleger 90 deputados federais.
— Com Bolsonaro vamos ganhar muito. É como vir para Brasília de carro. Chegamos igual, mas com ele viremos de avião — compara o vice-líder do governo na Câmara.
Mourão diz que fica no PRTB
Nas últimas semanas, pessoas ligadas ao PRTB e ao vice-presidente especulam que o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, poderia deixar o partido e se filiar ao PP ou PSC. Questionado pela coluna, o general respondeu que vai permanecer no PRTB.
Mourão vem dando sinais de que pode concorrer pelo Rio Grande do Sul ou no Rio de Janeiro. Apesar dos indícios de que pode disputar a eleição para governador do Rio, interlocutores do vice-presidente, como o deputado Zucco, acreditam que o general vai disputar o Senado no Rio Grande do Sul.