A desistência do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em concorrer ao Planalto é fruto de duas constatações: seu nome não decolou e seu partido, o União Brasil, fruto do casamento entre DEM e PSL, não tem musculatura para bancar uma candidatura própria. Mandetta chegou a figurar como opção, no tempo em que a saúde ia de mal a pior, com o presidente Jair Bolsonaro boicotando a vacina e as medidas de proteção contra o coronavírus.
Estabilizada a pandemia e com a maioria da população vacinada, o pré-candidato do DEM murchou. Nas pesquisas, ficou sempre nas últimas posições. Antes que perdesse território para os adversários, tirou o time de campo e anunciou que disputará uma vaga no Senado por Mato Grosso do Sul ou uma cadeira na Câmara.
O União Brasil, que perdeu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), para o PSD não tem como bancar uma candidatura competitiva. No espírito pragmático de seus líderes, ensaia-se uma aliança com o Podemos para entrar no carco do ex-juiz Sergio Moro, que hoje aparece em terceiro lugar.
Parte do UB tem afinidade com o PSDB e o novo partido poderia indicar o vice do vencedor da prévia tucana, mas o impasse tecnológico que suspendeu a votação domingo deixou tudo em compasso de espera. Líderes do partido não descartam a aliança com Eduardo Leite ou João Doria ou até mesmo com Simone Tebet, que será lançada pelo MDB.