Depois de ouvir o deputado Osmar Terra usar o exemplo do fracasso de Henrique Meirelles em 2018 para insinuar que o MDB não deve ter candidato a presidente nem apoiar uma terceira via, Germano Rigotto perdeu a paciência no encontro do partido em Novo Hamburgo, na noite de sexta-feira (8). Terra vem debitando na conta da candidatura de Meirelles o encolhimento da bancada do MDB em 2018 e dizendo que isso pode se repetir. Em Novo Hamburgo, repetiu o discurso e disse que em 2022 não fará mais a campanha suicida que fez em 2018, quando apoiou Meirelles, a quem chamou de "mala pesada".
Dirigindo-se a Terra, Rigotto afirmou que Meirelles, de quem foi vice em 2018, não tem culpa pelo resultado na eleição para deputado. E que o MDB tem, sim, que lançar candidato, mesmo que nas primeiras pesquisas apareça com índices baixos nas pesquisas.
— Eu comecei com 2% (de intenção de voto nas pesquisas) e venci a eleição. (José Ivo) Sartori começou com 3% e ganhou a eleição.
Terra defendeu o adiamento da escolha do candidato a governador, marcada para 4 de dezembro, argumentando que é preciso convencer Sartori a concorrer ou realizar uma prévia.
Incomodado com a declaração do prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, de que seu sonho era ter Luis Carlos Heinze (PP) como governador e o ex-prefeito Marco Alba como vice, Rigotto foi além:
— Será que existe alguém que possa pensar que o MDB pode não ter candidato a governador? Se tem gente lá discutindo com Lula ou com o Bolsonaro, vendendo o partido pra um ou pra outro, no Rio Grande do Sul nós não nos vendemos! O MDB vai ter candidato a governador.
Melo diz que MDB tem "um bom problema"
A propósito da nota em que o senador Luis Carlos Heinze (PP) diz ter conversado com vários líderes do MDB sobre a possibilidade de uma aliança em 2022, o prefeito Sebastião Melo garante que em nenhum dos muitos encontros entre os dois se tratou de “questões de natureza partidária ou costura visando as eleições”.
— Tenho procurado todos os parlamentares do nosso Estado para tratar dos interesses de Porto Alegre, sendo que o senador Heinze me deu a honra de vir ao Paço em várias oportunidades. E também o visitei por duas vezes em Brasília. Mas em nenhum desses momentos tratamos sobre questões de natureza partidária ou costuras visando as eleições.
Melo assegura que o MDB terá candidato a governador e que tem um bom problema para resolver na sua convenção: vários candidatos para escolher:
— Temos uma boa tradição de democracia interna, que é o caminho para fazer a melhor escolha e sairmos unificados. O MDB do Rio Grande do Sul tem uma identidade com o povo gaúcho. Dos 10 governadores pós redemocratização, quatro foram do partido, tendo estes realizado gestões de boas entregas. Portanto, minha posição é de termos candidaturas próprias lá e cá.
Quem se habilita?
O diretório do MDB de Porto Alegre aprovou a realização de prévias para definir o candidato do partido a governador. A pergunta é: quem, além de Alceu Moreira, estaria disposto a disputar? O próprio Alceu tem dito que se José Ivo Sartori quiser ser candidato, não precisa de prévia. Sartori é candidato natural, mas nunca disse que aceita.