Alinhavada pelos líderes nacionais, a provável fusão do DEM com o PSL resultará em um partido rico em dinheiros dos fundos eleitoral e partidário e em tempo de rádio e TV, dois ativos capazes de alavancar uma candidatura majoritária. No Rio Grande do Sul, o grande beneficiário desse possível casamento é o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM), que planeja concorrer a governador. Quem perde é o senador Luis Carlos Heinze (PP), que verá um concorrente do seu campo ganhar musculatura.  

Mesmo que parte dos deputados do PSL não aceite a fusão e migre para outras siglas na janela partidária de março, essa mudança não terá impacto no cálculo do dinheiro para financiamento das campanhas nem na distribuição do tempo de TV.  

Especula-se que a fusão será anunciada em 21 de setembro, mas, se prosperar, o mais provável é que seja depois de 2 de outubro, quando as regras da eleição estarão todas definidas. 

O presidente estadual do DEM, Rodrigo Lorenzoni, diz que o tema da fusão ainda não chegou às bases do partido mas está, sim, em discussões avançadas em Brasília. Na visão de Lorenzoni, o que não procede são as especulações de que o novo partido daria sustentação a uma candidatura de terceira via, seja do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, seja do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco: 

 — A maioria dos deputados federais do DEM e do PSL está alinhada com o presidente Jair Bolsonaro. 

Se a ideia é formar um novo partido para enfrentar Bolsonaro, Onyx abrirá a primeira dissidência, como fez em 2018, quando o DEM apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) e ele se alinhou ao capitão.  

No Rio Grande do Sul, o novo partido nasceria, em tese, com seis deputados estaduais (4 do PSL e dois do DEM) e 4 federais (três do PSL e um do DEM), mas vários deles estudam convites de outros partidos.  

Mais votado da bancada estadual do PSL, o tenente-coronel Luciano Zucco tem convites de pelo menos quatro partidos, mas quer ter certeza de que estará numa agremiação alinhada com Bolsonaro. Zucco só ficará com o coração dividido se Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, seu mentor, estiverem em lados opostos.   

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