Acendeu-se a luz amarela no sistema de monitoramento da covid-19, batizado de 3As (aviso, alerta e ação). Depois de 20 dias da retirada de todos os alertas às regiões e com números decrescentes de casos, internações e mortes, o coronavírus voltou a tirar o sono das autoridades estaduais.
Na tarde desta quarta-feira (4), o Grupo de Trabalho Saúde emitiu avisos a 17 regiões em que foram detectados motivos de preocupação. São elas Santa Maria, Uruguaiana, Canoas, Guaíba, Porto Alegre, Santo Ângelo, Cruz Alta, Ijuí, Palmeira das Missões, Erechim, Passo Fundo, Pelotas, Bagé, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Lajeado.
Só ficaram de fora as regiões de Santa Rosa, Novo Hamburgo, Taquara e Capão da Canoa. Isso significa que a maioria da população gaúcha deve redobrar os cuidados. Os avisos foram emitidos diante do aumento de novas hospitalizações por covid, identificadas no sistema Sivep Gripe. Para cada região, os técnicos apresentaram os dados que embasam o aviso. Caso a situação piore, a região receberá um alerta, e os municípios que a integram terão de apresentar um plano de ação ao governo do Estado.
— São avisos mais por precaução, pois nos Estados Unidos está havendo alta de casos, mas o número de óbitos ainda é baixo — diz o secretário de Articulação e Apoio aos Municípios, Luiz Carlos Busato, ressalvando que as mortes são um indicador tardio do agravamento da situação.
A preocupação não é apenas com a variante Delta, que aterroriza o mundo, mas com o relaxamento dos cuidados por parte da população, seja pelo avanço da vacinação, seja porque os números vinham caindo de forma consistente.
O problema é que, nos últimos dias, a velocidade de queda na ocupação de leitos diminuiu. A situação atual é idêntica à de 21 de julho de 2020.
— Nunca tivemos tantos leitos de UTI livres. São 1.278. A relação entre leito livre e leito ocupado chegou hoje a 1,73 — informa Busato.
Em fevereiro, quando o governador Eduardo Leite colocou todo o Estado sob bandeira preta foi porque se atingiu a marca de 0,35 leito livre por leito ocupado, situação considerada crítica. Nas semanas seguintes, essa relação chegou a ficar negativa.