O governador Eduardo Leite confirmou nesta quarta-feira (14) a retirada dos últimos sete alertas de risco que estavam em vigor no Sistema 3As de gestão da pandemia. Com isso, todos os municípios gaúchos terão que respeitar apenas os protocolos gerais, sem necessidade, por exemplo, de restrições de horário a setores econômicos.
— Isso não significa que devemos afrouxar os cuidados da pandemia — ressaltou o governador durante transmissão ao vivo.
O alerta é o nível máximo de risco do Sistema 3As. Quando uma região está em alerta, obrigatoriamente precisa definir, por maioria dos prefeitos envolvidos, ações de contenção da pandemia. As sete regiões que ainda estavam em alerta eram Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas, Santa Rosa e Uruguaiana.
O governador, que está em Brasília participando de audiências, acompanhou remotamente as decisões do gabinete de crise. Em sua fala, afirmou que “a pandemia nos desafia de maneiras diferentes” e que “precisamos enfrentá-la por fases”.
O Estado acumula 32.435 mortes por coronavírus desde o início da pandemia. A taxa de leitos de UTI no Estado é de 75,2% — um dos menores patamares desde o final de fevereiro.
— É uma boa notícia. Depois de termos passado por aquela onda no final de fevereiro, e por uma nova onda ao longo do mês de maio, observamos agora continuamente a redução das internações tanto em leitos clínicos quanto em leitos de UTI — disse Leite.
A retirada dos alertas se deve ao fato de que as regiões que estavam com o nível máximo de risco atingiram, ao longo dos últimos dias, indicadores semelhantes às demais zonas.
No entanto, com a desaceleração da redução dos pacientes confirmados em leitos clínicos, o aumento de sintomas reportados pela população e a iminente chegada da variante Delta ao Estado, o gabinete de crise emitiu aviso para todas as 21 regiões covid do Rio Grande do Sul.
— Aguardamos o resultado de testes que vão dizer se a variante Delta chegou ao Rio Grande do Sul e, se chegou, quais os casos e onde estão. É uma preocupação do mundo todo e que deve ser nossa também — disse Leite.
Nos bastidores, o grupo de técnicos que avalia o cenário epidemiológico demonstra preocupação com o impacto da variante Delta do coronavírus para o Rio Grande do Sul. Os técnicos também destacam que a queda nos indicadores é consistente, contudo acontece de forma lenta, o que pode representar uma reversão de tendência.
Eventos
Sobre a proposta da prefeitura de Porto Alegre para a liberação de eventos presenciais com até mil pessoas na próxima semana, a secretária da Saúde Arita Bergmann afirmou que o material será analisado no GT Protocolos e no GT Saúde assim que recebido. Segundo ela, o Estado está verificando a oportunidade de retomada gradual dos eventos "com a segurança necessária", incluindo testagem e regras para circulação de pessoas dentro dos ambientes.
Segundo ela, a pedido de uma empresa, o Estado avalia a possibilidade de fazer um "evento-teste". A empresa se comprometeria a adotar todos os protocolos necessários para que se verifique quantidade de pessoas que um determinado espaço pode comportar.
— Evidente que sempre há risco, mas o público seria previamente testado e tudo vai depender do andamento da pandemia — afirmou Arita.
Vacinação
Segundo Leite, a previsão de vacinar toda a população adulta até o dia 20 de setembro se mantém, e pode até ser adiantada devido à velocidade da imunização em território gaúcho.
— Temos um momento importante na vacinação, que está avançando, com o Estado entre os líderes de imunização no país. Eu mesmo, tinha a perspectiva de me vacinar nos primeiros dias de agosto e recebi a vacina ontem. Isso nos faz acreditar que os prazos poderão ser antecipados — afirma o governador.