Palavra do senador Luis Carlos Heinze: não há hipótese de assumir o Ministério da Agricultura em uma articulação com o Palácio do Planalto para facilitar a candidatura do ministro Onyx Lorenzoni (DEM) ao governo do Estado em 2022. Em reunião da executiva e do diretório regional do PP nesta segunda-feira (2), Heinze garantiu que irá até o fim. À coluna, confirmou:
— Se eu quisesse, teria sido ministro da Agricultura lá atrás (na formação do governo de Jair Bolsonaro). Minha opção foi abrir o leque e não ficar focado apenas na agricultura, minha área de origem. Meu projeto é o governo do Estado, e o PP não vai abrir mão de ter candidato.
O senador conversou com a família Covatti — a deputada Silvana, o marido dela, ex-deputado Wilson, e o filho deles, Covatti Filho — para deixar claro que as vagas de vice e de candidato ao Senado serão oferecidas inicialmente a potenciais aliados. Heinze cita, entre os possíveis parceiros, o PL, o PSDB e o Republicanos. Na semana passada, Silvana colocou seu nome à disposição do PP para integrar a chapa majoritária.
Caso fracasse a tentativa de coligação, aí sim o partido formará uma “chapa pura”, na qual Silvana poderá ser vice. Para o Senado, o PP tem dois nomes, a ex-senadora Ana Amélia Lemos e o deputado Jerônimo Goergen, mas ambos têm consciência de que a vaga será dada a aliados.
É por isso que Ana Amélia estuda convites de outros partidos: seu projeto é disputar o Senado. A vereadora Mônica Leal também se apresentou como possível candidata ao Senado.
Heinze disse acreditar que agora na Casa Civil, o presidente do PP, Ciro Nogueira, organizará o palanque de Bolsonaro nos Estados e que haverá “um entendimento” com Onyx.
Da reunião, participaram cerca de cem líderes do PP, que referendaram o projeto para a eleição de 2022 e selaram a unidade em torno de Heinze.
— Ouvimos as bases. Estamos ouvindo a sociedade e construindo uma alternativa sólida para o futuro do Estado. E esse projeto será capitaneado pelo senador Luis Carlos Heinze como candidato a governador — disse o presidente estadual do PP, Celso Bernardi.
De acordo com Bernardi, na última semana de novembro o diretório estadual se reúne para apresentar a chapa majoritária.
Deputados do PP vêm alertando Heinze para o risco de ele perder votos dedicando tempo e energia à CPI da Covid, um tema que traz desgaste, enquanto Onyx surfa na onda das realizações do governo Bolsonaro. Na reunião do PP, Heinze disse que seu apoio a Bolsonaro é genuíno, "independentemente dos arranjos eleitorais".