A vitória da atual presidente, Helenir Aguiar Schürer, na eleição para o comando do Cpers-Sindicato consolida a mudança no perfil da entidade que representa os professores e funcionários de escola da rede estadual de ensino. De estilo moderado, Helenir triunfou sobre duas adversárias que condenaram as negociações do sindicato com o governo, especialmente sobre o projeto que alterou o plano de carreira, aprovado no início de 2020 na Assembleia.
Com 44,2% dos votos, Helenir superou Cândida Rossetto (35,6%), líder de uma chapa que juntou dissidentes da gestão atual e parte da oposição, e Cleusa Werner (20,1%), do grupo que sempre foi oposição e tem em suas fileiras a ex-presidente Rejane de Oliveira.
Na primeira eleição totalmente online da história do sindicato, houve 27,2 mil votantes. No pleito anterior, em 2017, haviam sido 35 mil. Ao todo, o sindicato tem aproximadamente 80 mil associados.
Criticada pelas adversárias pelo acordo com o governo e com os deputados da base aliada, que viabilizou a mudança no plano de carreira do magistério, a dirigente reafirmou durante toda a campanha que, sem a negociação, o cenário ficaria ainda pior para os professores.
Ao invés de ir para o tudo ou nada, com risco de perder tudo, Helenir optou pela redução de danos. No acordo, conseguiu ampliar a diferença salarial entre os níveis e classes do plano de carreira, manter na lei a distância entre essas graduações e garantir que a parcela autônoma, em que foram reunidos os benefícios extintos, não seja consumida em futuros reajustes.
— Nessa eleição tivemos um grande plebiscito em relação à forma como realizamos o trabalho. Sofremos muitas críticas, mas a categoria nos deu a vitória, confirmando que é importante mobilizar e fazer a luta, mas também sentar à mesa e negociar — celebrou Helenir.
Com a vitória, ela tornou-se a primeira professora a ser eleita três vezes para o comando do Cpers. Ficará 10 anos no cargo – um deles, em razão da prorrogação do mandato motivada pela pandemia. Seu grupo conquistou o comando de 20 dos 43 núcleos regionais.
Para o futuro, as prioridades são militar pela rejeição da reforma administrativa apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro e, sobretudo, pleitear um reajuste no salário do magistério. Em novembro, os professores estaduais completam sete anos com o salário congelado.
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