Com três chapas na disputa, os associados do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato) elegem nesta semana o comando da entidade para os próximos três anos. Pela primeira vez na história, o pleito será em formato totalmente virtual, em razão da pandemia de covid-19. Com cerca de 80 mil sócios, o Cpers é uma das maiores organizações sindicais do país.
A votação começa às 8h de quarta-feira (26) e vai até as 22h de sexta (28). Além da direção central, serão definidos os comandos dos 42 núcleos regionais do sindicato. Se nenhuma das candidatas conseguir pelo menos 35% dos votos válidos, haverá segundo turno.
A atual presidente, Helenir Schurer, concorre ao terceiro mandato pela chapa 2, denominada “Cpers Unido e Forte”. Helenir está à frente do sindicato há sete anos – o último, por conta da prorrogação do mandato provocada pela pandemia.
Uma das adversárias será a secretária-geral da entidade, Cândida Rossetto, da chapa 3, cujo nome é “Muda Cpers”. Antiga aliada de Helenir, Cândida liderou uma dissidência no grupo que comanda o sindicato, que se aliou a parte da oposição.
Também concorre a professora Cleusa Werner, pela chapa 1, denominada “Novo Rumo - Oposição”. Cleusa representa a ala que sempre se opôs à gestão atual, que tem como uma das integrantes a ex-presidente Rejane de Oliveira.
No rol de propostas de todas as candidatas, está a pressão por um reajuste salarial ao magistério. Há seis anos, em razão da crise fiscal do Estado, a categoria não recebe sequer a correção inflacionária. Também estão no centro do debate a postura em relação ao governo do Estado e à organização do sindicato.
Saiba quem são e que propõem as candidatas
Chapa 1 – “Novo Rumo - Oposição”
Candidata: Cleusa Margarete Werner
Natural de Boa Vista do Buricá, é professora aposentada e tem especialização nas áreas de deficiência mental e visual. Trabalhou na 21ª coordenadoria de Educação, na região de Três Passos, e desde 1994 reside em Canoas. Foi diretora-geral do 20º núcleo do Cpers, sediado no município da Região Metropolitana, por três gestões. É filiada ao PSOL.
Quais são suas principais propostas?
Somos uma chapa que quer resgatar os direitos negociados e avançar. Estamos há quase sete anos sem sequer receber o reajuste da inflação. A categoria está miserável, perdemos quase todos os direitos com as reformas do governo Leite. Temos o firme propósito de unir a categoria para reconquistar o que foi negociado com o governo, porque o que foi aprovado é o fim da carreira dos trabalhadores da educação.
Por que os associados devem escolher a senhora e não uma de suas adversárias?
Porque nós sempre honramos e respeitamos a confiança depositada. O histórico na nossa região, do 20º núcleo, em que fui três vezes diretora-geral, é de sempre honrar a representação da categoria. Estamos nos comprometendo e nos empenharemos para que a categoria consiga atingir os objetivos.
Em relação à atual gestão, o que deve continuar e o que deve mudar?
Nós vamos mudar tudo. Nossa categoria se levantou várias vezes com muita força e foi mandada embora. A greve foi descontada e mandaram um recado de que seria pedagógico. Queremos mudar a relação com a categoria, para o compromisso e a confiança. A democracia interna deve voltar. Queremos dar um novo rumo para o Cpers, para que seja um instrumento de luta da categoria. A atual direção tem um histórico de sete anos de perdas, abandono da categoria e submissão ao governo, e com isso não podemos concordar.
Chapa 2 – “Cpers Unido e Forte”
Candidata: Helenir Aguiar Schurer
Atual presidente do Cpers, busca o terceiro mandato. Natural de Canoas, é professora aposentada e atualmente vive em Porto Alegre. Já dirigiu o núcleo de Santana do Livramento e integrou a direção central do sindicato entre 2001 e 2008. É filiada ao PT.
Quais são suas principais propostas?
Primeiro, vamos continuar com a política de participação efetiva da base nas ações do nosso sindicato. E temos dois pontos principais: a questão da vacina contra a covid-19 para os trabalhadores, da qual precisamos, e estamos na luta para retomar as aulas com segurança. E também lutar pela reposição salarial, nosso salário está defasado, estamos há quase sete anos sem reposição.
Por que os associados devem escolher a senhora e não uma de suas adversárias?
Nós temos uma visão de sindicato, que é de organizar a categoria, mobilizar, reivindicar, mas também dialogar. Nós somos uma chapa que defende o diálogo e a mesa de negociação, e isso nos diferencia das outras duas candidatas.
Em relação à atual gestão, o que deve continuar e o que deve mudar?
Nós pegamos o sindicato eu uma situação de “pré-falido”, conseguimos levantar o sindicato e fortalecer nossas lutas, que sempre foram com a base participando. Nós resgatamos a credibilidade do sindicato. Temos que continuar lutando sobre o reajuste do salário. Há diversos impedimentos que o governo federal e estadual propõem para não reajustar os salários, mas a categoria está muito precisada desse reajuste. Nós perdemos o poder de compra em 40% nos últimos anos.
Chapa 3 – "Muda Cpers "
Candidata: Cândida Beatriz Rossetto
Atual secretária-geral do Cpers, é professora aposentada, com mestrado sobre a formação dos educadores. Natural de Barra Funda, já dirigiu o núcleo da região de Palmeira das Missões e integrou a direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. É filiada ao PT.
Quais são suas principais propostas?
Estamos em um ciclo de perdas gritantes da categoria e é preciso interrompê-lo. Nossa defesa, em primeiro lugar, é pela valorização de uma categoria aviltada com o congelamento e o atraso de salários. Temos também o tema das alíquotas aprovadas na reforma da previdência do Estado. A saída tem que ser, para além da iniciativa jurídica, um movimento de luta e pressão para reverter esse desconto. Também vamos lutar por concurso público e para fortalecer as instâncias do sindicato.
Por que os associados devem escolher a senhora e não uma de suas adversárias?
Nós nos propomos à desacomodação, à construção da mudança. Nossa chapa tem como pressuposto a democratização e o fortalecimento do Cpers e o respeito às decisões da categoria. Nosso diálogo tem de ser em primeiro lugar com a categoria, não com o governo. Não queremos o continuísmo, nem retornar a um período de sectarismo. Somos uma chapa de um grupo que rompeu com a atual direção unido com setores consequentes da oposição.
Em relação à atual gestão, o que deve continuar e o que deve mudar?
Há vários aspectos em todas as gestões que se deve dar continuidade, mas a linha de apostar no marketing de comunicação e não respeitar as instâncias deliberativas do sindicato precisa mudar. Na última greve, fizemos um movimento muito forte, mas o desfecho foi lamentável. Negociação para avançar é uma coisa, mas negociar para perder direitos é inconcebível.
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