Nem a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), aliada fiel do governador Eduardo Leite, esperou pelo aval do Palácio Piratini para começar a vacinar os professores. Nesta sexta-feira (28), Pelotas começou a imunizar os trabalhadores da educação, horas antes de Leite anunciar a medida para o Estado inteiro. Antes da manifestação do Piratini, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), havia feito uma transmissão a vivo pela internet para avisar que os professores da educação infantil da rede municipal começarão a ser vacinados na terça-feira (1º).
Antes deles, dezenas de prefeitos subverteram a ordem prevista no plano do Ministério da Saúde e começaram a vacinar professores e servidores de escola, com critérios diferentes. Pelos cálculos da Secretaria Estadual da Saúde, cerca de 20 mil de um total de 217 mil (entre professores e servidores) já foram imunizados.
Agora, todos os prefeitos terão de seguir a diretriz do Ministério da Saúde, definida em conjunto com os conselhos de secretários estaduais e municipais, e começar pela Educação infantil, até chegar ao Ensino Superior, mas sem interromper a vacinação dos demais grupos prioritários. Quando todos os grupos de comorbidades, pessoas em situação de rua, funcionários do sistema penitenciário, presos e trabalhadores da educação estiverem vacinados é que será retomada a vacinação, por idade (55 a 59 anos) para quem não está nos grupos prioritários.
— Assim que conseguirmos contemplar todos esses grupos prioritários no Estado, especialmente os profissionais envolvidos na educação, o que nos possibilitará um retorno mais seguro das aulas presenciais, iremos avançando por idade para a população em geral — disse a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
A expectativa de Arita é receber um novo lote de doses nas próximas semanas, para acelerar a imunização. O Rio Grande do Sul é um dos Estados que mais vacinou no Brasil até agora.
Por orientação da Procuradoria-Geral do Estado, avalizada pelo Ministério Público, o governador decidiu respeitar a ordem definida pelo Ministério da Saúde, mesmo sabendo que prefeitos estavam fazendo a sua própria fila e ganhando pontos com os professores. A preocupação era de sofrer ação judicial por desrespeito ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Sem sucesso, Leite tentou alterar a ordem na Justiça, mas não conseguiu liminar. O ministro Ricardo Lewandowski chegou a marcar uma reunião de conciliação para o próximo dia 31, mas agora a ação perdeu o objeto.
Com a vacinação em massa dos professores, o governo espera a retomada plena das aulas presenciais, sem relaxar nos protocolos de distanciamento, higienização das mãos e uso de máscaras. Como a maioria deverá receber a vacina Oxford/AstraZeneca, a segunda dose só será aplicada 12 semanas depois. A eficácia é de 76% a partir de 21 dias da primeira aplicação.
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