Na lista de prioridades do Ministério da Saúde para vacinação contra a covid, os trabalhadores da educação do Ensino Básico estavam na 18ª posição. Os do Ensino Superior, na 19ª. Em 18 Estados e centenas de municípios, governadores e prefeitos haviam subvertido a ordem por conta própria.
A partir de agora, com o acordo firmado na quinta-feira (27) na reunião da Comissão Intergestores Tripartite, está oficialmente liberada a vacinação dos trabalhadores em Educação, desde que se mantenha em paralelo a imunização dos integrantes dos grupos prioritários que estão na frente.
Os municípios não perderam tempo e, antes mesmo da publicação da nota técnica e da reunião com a Secretaria Estadual, começaram a anunciar a vacinação de professores — alguns no fim de semana, outros a partir de segunda-feira (31).
Em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo fez uma transmissão ao vivo pela internet para anunciar que os professores serão vacinados a partir de terça-feira (1º) — os primeiros serão os trabalhadores das escolas de Educação Infantil da rede municipal. Canoas vacina nesta sexta os professores remanescentes da rede municipal e, no sábado (29), os das escolas estaduais e da Educação Infantil da rede privada.
Cada município está adotando critérios próprios para a imunização de professores e trabalhadores das escolas. Parte opta pela ordem decrescente de idade, parte separa por redes, começando pela Educação Infantil.
O presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, disse no Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que os Estados e municípios estão liberados também para retomar a vacinação, por idade, das pessoas que não integram os grupos prioritários. Citou o exemplo de Goiás, que já decidiu reservar 70% das doses para o público em geral e 30% para os grupos prioritários. O Estado dele, o Maranhão, já vacinou a maioria dos professores.
A nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde na manhã desta sexta-feira (veja a íntegra abaixo), contudo, é bem mais restritiva do que a interpretação de Carlos Lula. De acordo com o documento, só podem retomar a vacinação dos grupos não prioritários, pela idade (começando pelos de 59 a 55 anos), os municípios que concluírem a vacinação de professores, pessoas em situação de rua, funcionários sistema penitenciário e pessoas privadas de liberdade.