Tratar as escolas públicas do Rio Grande do Sul como se fossem todas iguais, sem condições de receber as crianças com segurança, pode tanto ser desconhecimento quanto má fé. Da mesma forma as municipais: há escolas e escolas nas 497 cidades gaúchas. Nivelar por baixo só interessa a quem não quer a retomada das aulas presenciais ou usa as escolas para fazer política de má qualidade.
A primeira providência que os prefeitos e o governador devem tomar — se ainda não tomaram — é levantar a real situação de cada escola e dar transparência ao que for apurado. As comunidades têm o direito de saber das carências das escolas e cobrar dos responsáveis — ou ajudar a saná-las, como muitas já fazem, em mutirões de preparação para a retomada das aulas a cada início de ano letivo.
O que não se pode é jogar a toalha, dizer que escola pública não tem como cumprir os protocolos de segurança e sonegar a crianças e adolescentes o direito às aulas presenciais. Assim como os pais que pagam escola particular fiscalizam as instalações quando vão matricular os filhos, quem depende da escola pública tem de fazer o mesmo e cobrar dos governos a solução. É para isso que se paga imposto.
No ano passado, o governo gaúcho investiu dezenas de milhões de reais em equipamentos de proteção individual que só chegaram às escolas quase no final do ano. Qual é a situação hoje? O que foi usado? O que não foi? O que falta? Essas respostas, os diretores e diretoras de cada escola têm de dar as às coordenadorias de Educação.
Ao assumir, a secretária de Educação, Raquel Teixeira, defendeu a retomada das aulas presenciais nas escolas em que for possível adotar os protocolos sanitários. Nas que não apresentarem condições adequadas, prometeu cobrar do governo o saneamento dos problemas.
Se pensam no futuro de suas cidades, os empresários locais, que tanto pressionaram pela retomada das atividades econômicas, podem se engajar em um movimento de defesa da educação. Se o ano letivo de 2020 foi praticamente perdido, mesmo com o esforço de professores e alunos para se adaptar às aulas remotas sem ter experiência nem equipamentos adequados, o de 2021 está ameaçado, mas ainda pode ser salvo.
Aliás
O pedido de prioridade na vacinação para professores e servidores de escolas já foi feito e repetido ao Ministério da Saúde, por prefeitos e governadores. Mesmo que o grupo avance na fila, não será um processo rápido, porque faltam vacinas para atender todos os grupos prioritários.
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