Ainda sem data marcada, o júri dos acusados pelo incêndio na Boate Kiss, na noite de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria, será presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto. Atual presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Faccini toma posse no dia 5 de abril como titular do 2º Juizado da 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Porto Alegre. O incêndio matou 242 pessoas e 636 feridos.
O magistrado seguirá no comando da Ajuris, mas já adiantou que dará prioridade ao julgamento dos quatro réus — os donos da Kiss, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical da banda, Luciano Bonilha Leão.
Em setembro do ano passado, a Justiça acolheu o pedido de desaforamento da comarca de Santa Maria, feito pelo Ministério Público, transferindo o julgamento dos quatro para Porto Alegre, em um único júri.
Um dos entraves à celeridade do julgamento é a pandemia, que restringiu as atividades presenciais no Judiciário.
No entendimento do Ministério Público, os réus devem ser julgados em julgamento único para poupar mais sofrimento às famílias das vítimas.
Quem é o magistrado:
O juiz Orlando Faccini Neto tem 44 anos e preside a Ajuris desde fevereiro de 2020. Formado pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, em São Paulo, é mestre em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Lisboa (Portugal).
Ingressou na magistratura em 2001, na comarca de Jaguarão. Em 2004, assumiu a Vara Criminal de Carazinho e, em 2011, foi promovido para a comarca de Passo Fundo, também na área criminal. Em 2016, assumiu como titular do 1º Juizado da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, cargo de que está afastado atualmente por sua atuação associativa.
Faccini também atuou no gabinete do ministro Felix Fischer, no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, quando auxiliou em julgamentos de recursos de processos da Operação Lava-Jato.
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