É grave o estado de saúde do prefeito de Santa Cruz do Sul, Temo Kirst (PSD), 76 anos, internado na manhã de quarta-feira (16) no Hospital Ana Nery. Kirst, que faz tratamento para câncer há dois anos, passou mal em consequência da quimioterapia e teve de ser socorrido pelo Samu.
Telmo chegou ao hospital lúcido e até agradeceu à equipe do Samu pelo atendimento, segundo relata o secretário de Comunicação, Régis de Oliveira Júnior.
– A situação exige cuidados hospitalares. Estamos acompanhando a evolução do quadro e o hospital deve divulgar um boletim nas próximas horas – disse Régis à coluna.
O prefeito vinha se tratando no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com o oncologista Enio Utz. Desde a campanha eleitoral, o prefeito não fez aparições públicas. Por ser do grupo de risco para o coronavírus, vinha trabalhando em seu escritório e não no gabinete.
Santa Cruz vive uma situação política estranha. Na manhã desta quinta-feira, a vice-prefeita Helena Hermany (PP) renunciou ao mandato. Como foi eleita prefeita em 15 de novembro, justificou que vai se dedicar à transição. Nos bastidores, a informação é de que Helena não quer assumir o mandato se Telmo precisar se licenciar da prefeitura, porque teria de comandar a transição sem conhecer a realidade da administração da qual foi excluída. Se assumir, mesmo que por poucos dias, ela não poderá concorrer à reeleição em 2024.
Os dois romperam em 2019, quando Telmo chegou a expulsar Helena do gabinete. O PP ficou ao lado dela, bancou sua candidatura a prefeita, e Telmo, incomodado, migrou para o PSD. Na eleição, a vice-prefeita derrotou a candidata apoiada pelo prefeito, Jaqueline Marques (PSD), que ficou em quinto lugar.
Mesmo com o prefeito internado, a prefeitura pode ficar por cinco dias sem titular. Depois, se Telmo melhorar, ele pode despachar do hospital. Caso precise formalizar uma licença, a cidade enfrentará um vazio de poder, porque o próximo na linha de sucessão é o presidente da Câmara, Elstor Desbessell (PL), que também não pretende assumir. Nessa hipótese, a Câmara terá de fazer uma eleição para escolher quem administrará a cidade até 1º de janeiro.