Duas vezes prefeito de Caxias do Sul, eleito em 1996 e reeleito em 2000, o deputado estadual Pepe Vargas (PT) será candidato mais uma vez, tendo como um dos pilares do plano de governo o desenvolvimento econômico, para tentar recuperar os empregos perdidos antes e durante a pandemia.
— Caxias perdeu 40 mil empregos nos últimos anos. Na pandemia perdemos 7 mil, mas já vínhamos perdendo antes, com a transferência de empresas para outras cidades.
No fim de semana, Pepe tratou do plano de governo com o candidato a vice, o advogado Claudio Libardi, 25 anos, indicado pelo PCdoB.
— Nossas diretrizes são muito semelhantes. Agora estamos apenas ajustando as propostas.
Além do desenvolvimento, três outras preocupações do futuro candidato petista são a saúde, a educação e a área social, com o provável aumento da demanda por serviços públicos depois da pandemia. Médico, Pepe acredita que o desemprego, com a consequente perda dos planos de saúde, deve agravar o problema das consultas e exames represados, exigindo mais investimentos do poder público.
Como os concorrentes, Pepe sabe que a campanha será uma das mais difíceis de sua carreira política, pela dificuldade de contato direto com os eleitores. As restrições impostas pela pandemia não só impedirão a realização de comícios, como tornarão mais difícil a produção de programas para a TV e as redes sociais.
O fato de ser bastante conhecido dos eleitores, porque além de prefeito foi vereador, deputado federal, estadual e ministro, não dá ao candidato a ilusão de uma eleição fácil, até porque nas últimas eleições o PT perdeu espaço na cidade:
— O que a gente fez no passado é uma credencial para o que propõe no futuro. Os tempos são outros e temos de oferecer respostas inovadoras para os novos problemas.
Pepe acredita que, neste ano, não haverá espaço para aventuras em Caxias, nem para o discurso da antipolítica, que elegeu Daniel Guerra em 2016:
— Não vejo espaço para esse discurso simplificador. Nem para pretensos salvadores da pátria. Espero que os eleitores reflitam mais sobre trajetórias e programas.
Apesar de achar que Guerra fazia um péssimo governo, o candidato petista foi contra o impeachment e diz que esse instrumento não pode ser banalizado:
— Um mau governante não pode ser tirado por um golpe. O que aconteceu em Caxias foi um golpe.
Embora os vereadores do PT de Porto Alegre tenham votado pela abertura do processo de impeachment do prefeito Nelson Marchezan, Pepe considera absurdo o afastamento às vésperas da campanha:
— Não sei como os nossos vereadores vão votar, mas eleição se ganha nas urnas.
Com o processo de impeachment em andamento na Câmara, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, enfrenta mais um revés nesta segunda-feira.
Mais um revés para Marchezan
A Câmara vota nesta segunda o relatório final da CPI do Banco de Talentos, presidida por Roberto Robaina (PSOL), e que teve Wambert Di Lorenzo (PTB) como relator. Em desvantagem absoluta na Câmara, Marchezan deve sofrer uma nova derrota.
Com mais de 250 páginas, o documento recomenda o indiciamento do prefeito por improbidade, corrupção passiva e crime de responsabilidade.
O relatório será encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.