Com apenas 10 leitos de UTI em São Gabriel, município que é referência para moradores de outros 10 na Fronteira Oeste, o prefeito Rossano Gonçalves teme um colapso no sistema de saúde em julho e agosto. Com o inverno, aumentam os casos de internação por síndrome respiratória aguda grave. Tradicionalmente, sete ou oito desses leitos estão sempre ocupados.
— Tomamos todas as providências ao nosso alcance em matéria de prevenção, mas não recebemos sequer um leito adicional de UTI. O Estado simplesmente habilitou cinco dos 10 para covid.
O quadro, segundo Rossano, se repete em outros municípios da Fronteira Oeste, que não receberam novos leitos, apenas tiveram a habilitação pela Secretaria da Saúde, que implica pagamento diário de R$ 800 adicionais por paciente internado por covid-19.
No caso de São Gabriel, Rossano nem pede o leito completo. Quer apenas que o Estado forneça 14 respiradores para equipar uma UTI semipronta na Santa Casa da cidade.
Hoje, São Gabriel tem 10 pacientes hospitalizados com covid-19, sendo dois na UTI, 52 em isolamento domiciliar e 32 curados.
Por entender que o pior da pandemia ainda não passou, Rossano não pretende abrandar as restrições, como permite o decreto do governador Eduardo Leite em áreas com bandeira laranja. Pelo contrário, nesta segunda-feira (8) o prefeito deve editar um novo decreto, mais restritivo em relação a bares licenciados como lancherias, mercearias ou restaurantes.
O prefeito está preocupado com a aglomeração em vias públicas. Como a cidade não tem Guarda Municipal, Rossano apela à Brigada Militar para que ajude a conter os que desrespeitam o isolamento.