O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Ainda que apenas 33% do milho plantado no Rio Grande do Sul tenha sido colhido, a Secretaria da Agricultura já começou a calcular os prejuízos com a estiagem que atinge o Estado desde dezembro.
Nesta sexta-feira (7), na cerimônia que marcou a abertura oficial da colheita, em Chiapetta, no noroeste do RS, o secretário Covatti Filho indicou que a perda será de 20% a 30% dos 5,9 milhões de toneladas previstos no início do plantio.
O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, projetou que o montante colhido será de aproximadamente 4 milhões de toneladas — 3 milhões a menos do que a demanda interna.
— Já temos um déficit interno, que nesse ano será maior. As indústrias vão buscar o produto em outros Estados e inclusive fora do Brasil — explicou Covatti.
Para auxiliar os agricultores, o governo do Estado lançou um programa de incentivo ao plantio de milho, com previsão de intensificar a assistência técnica e, em parcerias com instituições financeiras, oferecer linhas de crédito mais atrativas.
— Podem achar que não há o que comemorar, devido às perdas estimadas por causa da estiagem, mas estamos aqui comemorando que sobrevivemos a esse período. O gaúcho é resiliente — exaltou o governador.
Covatti anunciou ainda que pretende antecipar a execução do programa Sementes Forrageiras, que subsidia cerca de 30% do valor das sementes utilizadas na produção de milho para a alimentação dos rebanhos.
Na próxima quarta-feira (12), o secretário da Agricultura acompanhará Leite em uma reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em Brasília, para pedir a ajuda do governo federal no combate aos efeitos da estiagem.
Detector de concorrentes
As provocações do presidente Jair Bolsonaro aos governadores em geral e os recentes ataques a João Doria (SP), Wilson Witzel (RJ) e Eduardo Leite (RS) têm uma explicação que vai além do interesse em baixar os preços dos combustíveis: o alarme do detector de possíveis concorrentes disparou.
Doria e Witzel não escondem o desejo de disputar o Palácio do Planalto. Leite jura que não será candidato à reeleição e diz que não tem projeto para 2022, mas a exposição que vem tendo nos meios de comunicação do centro do país com o sucesso das reformas locais acendeu nos bolsonaristas a desconfiança de que possa ser uma pedra no sapato – sozinho ou aliado ao apresentador Luciano Huck.