Depois de meses de atrito, as desavenças entre o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, e o vice, Gustavo Paim, foram parar no tribunal. Inconformado com o esvaziamento de suas funções, Paim entrou na Justiça contra Marchezan. O vice acusa o prefeito de editar dois decretos alterando a estrutura de seu gabinete por retaliação e perseguição política, e pede à Justiça a anulação do atos administrativos.
Os decretos mencionados por Paim foram publicados no Diário Oficial de 27 de novembro. Naquele dia, pela manhã, o vice deu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, respondendo críticas feitas por Marchezan, no mesmo espaço, no dia anterior.
Juridicamente, Paim argumenta que os decretos possuem desvio de finalidade, já que o intuito seria apenas de prejudicar sua atuação como vice-prefeito, e que pretende defender a institucionalidade do cargo.
— São atos que têm como motivação a retaliação e a perseguição política. Não acho justo que o vice-prefeito seja remunerado sem ter funções. Isso cria um precedente de que o prefeito da vez pode fazer o que bem entender com o vice da vez, o que é muito ruim para a democracia.
Marchezan foi procurado pela coluna, mas, até o momento, não deu retorno. O espaço segue aberto para a manifestação.