Acusado por Nelson Marchezan de estar por trás dos processos de impeachment protocolados na Câmara para tentar tirá-lo do poder, o vice-prefeito Gustavo Paim (PP) disse que recebeu com indignação a "afirmação injusta e mentirosa do prefeito". Pela manhã, no programa Gaúcha Atualidade, Marchezan foi questionado sobre como andam as relações com o vice e soltou o verbo. Acusou o companheiro de chapa de conspirar contra ele nos pedidos de impeachment apresentados na Câmara Municipal.
— As secretarias foram divididas pelo PP em 2016, sem eu saber, e as secretarias foram divididas de novo agora, caso houvesse impeachment. Se houver impeachment do prefeito, quem é que divide as secretarias? Mas não é um assunto que eu gostaria de tratar, não agrega, não é minha pauta diária — disse o prefeito, que rompeu com Paim e com o PP.
Marchezan, que se considera vítima de uma conspiração de Paim, em aliança com o vereador Ricardo Gomes e com seu ex-secretário Kevin Krieger, demitiu os assessores do gabinete do vice e cortou relações. Até o fim do governo, não se ausentará por mais de 15 dias para não ter de passar o cargo a Paim.
O vice-prefeito respondeu às acusações em tom duro:
— Trata-se de alguém que provou, reiteradas vezes, ser incapaz de dialogar e que age como um menino imaturo. Essa postura tem feito mal a Porto Alegre, que aguarda a solução para tantos problemas. Em todos os cinco pedidos de impeachment contra o prefeito, os vereadores progressistas, a meu pedido, votaram contra. Sempre fui um parceiro leal, esta é a verdade. Diferentemente de Marchezan, sei que a cidade só tem um dono: os porto-alegrenses. E é por eles que seguirei trabalhando, sem perder o foco e a minha responsabilidade.