Do Exterior, onde está passando as férias, o vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim, reagiu às demissões de assessores indicados por seu partido, o PP, pelo prefeito Nelson Marchezan. Em nota encaminhada à coluna, Paim foi duro com o prefeito e chamou a atitude de Marchezan de "desleal", por demitir assessores na sua ausência.
"Usar estruturas e cargos públicos com o propósito de tentar aniquilar um partido que ajudou a ganhar a eleição e fortalecer a própria legenda definitivamente não é uma atitude republicana e não é o que se espera da gestão pública", diz um trecho da nota.
A saída do PP da base do governo na Câmara Municipal foi oficializada em 8 de agosto, mas, segundo as contas do prefeito, ainda restavam pelo menos 75 assessores indicados pelo partido. Na quinta-feira (5), Marchezan confirmou à coluna que decidiu banir a legenda do governo:
– Se eu ou o governo somos corruptos, e eles em três anos não indicaram no que, eles não podem ficar aqui — afirmou.
Confira a íntegra da nota de Gustavo Paim:
"Acredito na política feita com diálogo. Por isso, diante de todas as dificuldades, busquei ao máximo evitar o rompimento entre Marchezan e Partido Progressista.
Não foram poucas as vezes que tentei contemporizar, embora discordasse de muitas atitudes tomadas, especialmente nos últimos meses.
Agora, durante as minhas férias, longe de Porto Alegre, receber relatos de que integrantes do meu gabinete foram chamados para ou se desfiliarem do partido ou serem exonerados foi o auge da falta de respeito ante minha lealdade indiscutível do ponto de vista pessoal e político-partidária. Confesso que nunca imaginei que se pudesse praticar uma ação desleal como essa.
Usar estruturas e cargos públicos com o propósito de tentar aniquilar um partido que ajudou a ganhar a eleição e fortalecer a própria legenda definitivamente não é uma atitude republicana e não é o que se espera da gestão pública.
Ameaçar e constranger servidores a agirem contra sua vontade também não é a atitude que se espera de um líder e de uma correta gestão de pessoas.
Minha total solidariedade a tantos que trabalharam por Porto Alegre, honraram o cargo ocupado e que agora são exonerados por desavenças políticas.
Sempre procurei ser leal e parceiro. Sou vice-prefeito eleito de Porto Alegre e trabalho, junto com o gabinete, pela cidade. A mim não podem exonerar, pois meu cargo, conferido pelo voto dos cidadãos de Porto Alegre, vai até 31/12/2020. Até lá, estarei trabalhando diariamente, como tenho feito desde o primeiro dia de mandato, por Porto Alegre e pelos porto-alegrenses."