O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB), afirmou nesta terça-feira (26) que um pedido de impeachment contra ele foi arquitetado dentro do gabinete do vice-prefeito, Gustavo Paim, junto com integrantes do Partido Progressista (PP), sem citar nomes. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Marchezan classificou a atitude de Paim como "interesseira" e "inapropriada". Ele disse ainda que não se ausentará da prefeitura por mais de 15 dias para evitar que Paim assuma o Executivo.
Marchezan declarou que a relação com o vice-prefeito, agora, se resume ao "mínimo necessário possível".
— Eu conheço a família do vice (Gustavo Paim) antes de conhecer ele, conheço há 30 anos. E ele utilizou de forma inadequada, inapropriada, desmotivada e interesseira adjetivos pessoais que não cabem a mim. Isso é um rompimento pessoal e há uma relação institucional quando necessário e o mínimo necessário possível. Não há relação, não há delegação de atribuição. A responsabilidade constitucional do vice é substituir o prefeito quando ele não pode por mais de 15 dias exercer as suas atividades — afirmou.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de se ausentar para alguma viagem ou compromisso por mais de 15 dias, o prefeito de Porto Alegre afirmou:
— Provavelmente não há isso. Depois de quatro impeachments articulados dentro do PP e no gabinete do vice-prefeito, inclusive com divisão de secretarias, inclusive para o pós impeachment, fica muito difícil. As secretarias foram divididas pelo PP em 2016, sem eu saber e as secretarias foram divididas de novo agora, caso houvesse impeachment do prefeito. Se houver impeachment do prefeito, quem é que divide as secretarias? Mas não é um assunto que eu gostaria de tratar, não agrega, não é minha pauta diária. A prefeitura continua trabalhando normalmente e acredito que de forma mais sincera e focada no interesse público — disse.