Por ser o projeto que mais resistências encontra na Assembleia , o PL 507, que altera o Estatuto do Magistério e propõe um novo plano de carreira, tornou-se a maior preocupação do governo de Eduardo Leite. Convencido de que precisa melhorar a comunicação para reduzir os focos de rejeição na base aliada, o Piratini preparou uma cartilha e publicou um vídeo gravado pelo próprio Leite, explicando em detalhes as mudanças que envolvem os professores.
Com 29 páginas repletas de tabelas, gráficos e explicações sobre como é como fica a situação dos professores, o material de apoio aos deputados sustenta que a aprovação do novo plano é a forma de pagar o piso nacional sem quebrar o Estado. Garante que os professores não terão perdas e que, ao contrário, 30% dos que estão em atividade sairão ganhando com o aumento do abono família, de R$ 44 para R$ 120, e com o fim dos descontos do vale-refeição.
O vídeo gravado pelo governador vai na mesma linha. Usando um quadro negro com as informações mais relevantes escritas com giz, Leite usa a expressão “marco zero” para definir a mudança no plano de carreira. Diz que, com o fim do efeito cascata, o governo poderá voltar a corrigir os salários, que estão engessados pelo plano atual, e reclama que o Cpers abandonou a mesa de negociação.
Em um exemplo hipotético, o governador diz que, se desse hoje um aumento de 10% para os professores, o custo para o Estado seria de R$ 583 milhões por ano e que a maior parte (R$ 378 milhões iria para os aposentados). Com o novo plano, o mesmo aumento de 10% custaria R$ 346 milhões por ano e R$ 183 milhões iriam para os inativos.
Aliás
Hoje, 48% dos professores (77.939 vínculos) recebem um complemento salarial para não ficar abaixo do piso nacional, o que atesta o caráter de ficção do atual do plano de carreira depois de anos de arrocho.