Apesar das notórias divergências com André Carús, que o levaram a abandonar um grupo de WhatsApp do MDB, o ex-ministro Carlos Marun esclarece que não está entre os que fizeram chacota com a prisão do vereador, que é presidente do partido em Porto Alegre. Ao contrário, sugeriu aos companheiros que evitem pré-julgamentos.
“Muitos sabem das minhas diferenças até pessoais com este vereador. Inclusive não o conheço. Todavia, peço que não se faça juízo definitivo do caso antes de que ele exerça o direito que tem de se defender”, escreveu em outro grupo.
À coluna, Marun contou como foi a briga com Carús, também pelo WhatsApp:
— Não vou me fazer de vítima. Por justiça quero dizer que o meu atrito com o vereador se constituiu em uma pesadíssima troca de ofensas que levou ao afastamento de ambos de um grupo de discussão interna do MDB.
E deu detalhes:
— O vereador estava alterado, me ofendeu e eu respondi as ofensas como sempre faço. O tom subiu e foram trocados termos impublicáveis. Nunca mais falei com o vereador e não tenho bom conceito dele, mas nem por isto deixo de entender que ele tem direito esta presunção da inocência que foi o principal motivo do nosso atrito.
Marun avalia a nota do MDB em defesa de Carús foi fraca. No grupo, escreveu:
"Com todo o respeito aos correligionários que neste momento comandam o MDB de Porto Alegre, na minha opinião trata-se de nota fraca. Não sustenta princípios como a Presunção da Inocência, o Devido Processo Legal e o Direito a Ampla Defesa. O partido lamenta e se diz surpreso como se tivesse encontrado um tamanduá na sala. Com todo o respeito, me parece que o partido no RS se acostumou a apontar o dedo e não sabe como reagir no momento em que de pedra virou vidraça. E por fim pergunto: alguém já foi ao local onde o presidente está preso para expressar-lhe um mínimo de confiança e solidariedade?"
Carús foi preso pela Polícia Civil na terça-feira (1º), suspeito de obrigar assessores a tirarem empréstimos consignados e entregar o dinheiro a ele. A polícia cumpriu outras duas ordens de prisão temporária e 10 de busca e apreensão, inclusive na casa e no gabinete de Carús na Câmara Municipal. As buscas também atingiram uma instituição financeira. O vereador nega as acusações.
Em nota oficial, o MDB de Porto Alegre disse que recebeu "com surpresa" o episódio envolvendo Carús e que "espera que a verdade apareça". O partido também informou que o parlamentar pediu afastamento do cargo de presidente do MDB da Capital — função que ficará com o primeiro vice-presidente, deputado estadual Tiago Simon.
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