A 18 dias da eleição de 2018, a cogitação de criar um imposto sobre movimentações financeiras, feita pelo economista Paulo Guedes em encontro com investidores, provocou uma crise na campanha de Jair Bolsonaro. Do Hospital Albert Einstein, onde se recuperava da facada desferida por Adélio Bispo, Bolsonaro reagiu indignado pelas redes sociais, depois de cobrar explicações de seu Posto Ipiranga.
“Nossa equipe econômica trabalha para redução da carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos!”. À noite, voltou a se manifestar pelo Twitter: “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso”.
A CPMF que Guedes propõe agora guarda vaga semelhança com o IPMF, criado no governo de Itamar Franco, rebatizado de CPMF por Fernando Henrique Cardoso e extinto pelo Congresso no início do segundo mandato de Lula.
A forma de cobrança é similar: um percentual sobre todas as transações financeiras, o que atingiria os cidadãos de todas as classes sociais, e incidiria em todas as etapas das cadeias produtivas. A diferença é que a anterior se destinava a financiar os gastos com saúde. A idealizada por Guedes serviria para reduzir os custos da folha de pagamento para as empresas.
O discurso é de que uma tributação parecida com a CPMF seria um jeito eficiente e rápido de arrecadar, desde que a alíquota seja baixa.
–Pequenininho, (o imposto) não machuca.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, avisou que, no Congresso, a CPMF bolsonarista não passará.