O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu na noite desta terça-feira (20), em São Paulo, a volta de um imposto sobre transações financeiras nos moldes da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) como substituto à cobrança tributos sobre a folha de pagamento das empresas.
A uma plateia de empresários e executivos de grandes empresas, Guedes disse que prefere "abraçar um imposto horroroso" se, com isso, conseguir desonerar a folha de pagamento.
— É o (ponto) controverso (da reforma tributária). Vamos deixar esse dilema. Querem 20% de encargos trabalhistas e 13 milhões de pessoas sem emprego? Deixa do jeito que está. Eu preferiria não ter de recorrer a isso, mas acho a oneração de folha de pagamento um crime contra brasileiros — afirmou.
Segundo o ministro Guedes, na fala aos empresários, a CPMF funcionou durante quase 13 anos. Para ele, se a alíquota do imposto for pequena, "não machuca".
— Quando o Fernando Henrique (Cardoso) lançou esse imposto, todo o mundo apoiou porque arrecada rápido — disse.
— Hoje, um jovem vai chegar e ter o primeiro emprego, saindo da faculdade para trabalhar, 1000 de salário e custa 2000. Precisa reduzir os encargos trabalhistas. Entre um imposto horroroso e a opção pela desoneração da folha, prefiro abraçar o feioso — afirmou.
Ao falar antes de Guedes, contudo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também estava no evento, reforçou a oposição à proposta. Maia vem dando declarações públicas de que a CPMF não será aprovada pelos deputados.
— Eu era presidente nacional do DEM em 2007 e nós derrubamos a CPMF. O presidente da República (Jair Bolsonaro) disse que é contra também. Não vamos brigar com ninguém, ele é contra também — afirmou.
Guedes e Maia se dizem otimistas quanto à aprovação das reformas previdenciária, tributária e do novo pacto federativo.
— Está havendo a coalizão política, mesmo que não explícita e no meio de pedrada e tiroteio, mas todos entendem que tem que mudar a forma de fazer política e estão fazendo isso construtivamente — afirmou o ministro.