Aliado do governo sem muita convicção, já que a bancada se dividiu, o MDB votou a favor do fim da exigência de plebiscito para vender a CEEE, a CRM e a Sulgás e a CRM, mas impõe condições para aprovar o projeto que autoriza o governo a privatizar as empresas. O líder da bancada, Fábio Branco, marcou uma reunião para as 8h desta quinta-feira (9), a fim de discutir a venda de estatais.
— Não concordamos em dar cheque em branco ao governador, aprovando um projeto genérico — avisa Branco.
Embora o líder diga que não está em discussão a saída do governo, entre os deputados a insatisfação é crescente. Além de incomodados com a demissão de assessores do MDB, que tinham sido mantidos na transição, mas foram demitidos para dar lugar às indicações de outros aliados, os parlamentares reclamam que não são ouvidos pelo governo.
Um dos focos da discórdia é a mudança no plano de carreira dos servidores.
— O governo nunca nos chamou para conversar sobre isso. Ficamos sabendo pela imprensa ou pelo que disseram os secretários Leany Lemos e Marco Aurelio Cardoso no almoço da Federasul – reclama Edson Brum.
O deputado nega que esteja incomodado com a demora do governo em nomear seus irmão Edivilson para um cargo no governo.
— Nunca indiquei meu irmão para nada. Ele é um gestor público e já tinha vida própria quando fui eleito pela primeira vez.
Sebastião Melo, que sempre foi contra a entrada no governo, preferia que o MDB continuasse independente e votasse a favor dos projetos que considera importantes para o futuro do Estado.
Branco, que foi chefe da Casa Civil, vai pedir ao governador Eduardo Leite que não mande os projetos que autorizam a privatização de estatais antes de conversar com os aliados, nem peça que sejam aprovados em regime de urgência, sem discussão, como pretende o Piratini.
O MDB quer subverter a ordem dos fatores. Em vez de aprovar a autorização para o Estado vender a CEEE, a Sulgás e a CRM e só depois fazer a modelagem da venda, Branco quer que o Estado faça antes uma avaliação de ativos e passivos e defina onde será aplicado o dinheiro. Branco lembra que, na campanha, Leite sustentou quer antes de privatizar as estatais seria necessário estudar o que fazer com os empregados e onde aplicar o dinheiro a ser obtido com a venda.